Vamos aos fatos:
1) Sim, o clube encerrou a temporada com alguns débitos, que incluem salários e premiação de jogadores (os salários dos atletas até outubro estavam em dia; agora estão 14 dias atrasados), salários da comissão técnica e fornecedores;
2) Jogadores, comissão técnica, fornecedores e credores têm sido informados reiteradamente sobre novas programações de pagamento. Os funcionários não estão desassistidos nem desinformados. O que ocorre é que o clube não tem conseguido cumprir as novas datas de pagamento porque também não tem recebido os recursos que lhe têm sido assegurados por terceiros;
3) Alguns atletas decidiram se queixar publicamente da situação. E não há como recriminá-los, dadas as repetidas falhas do clube em cumprir com os prazos anteriormente estipulados – e falhas ocorridas, repita-se, porque também o clube não recebeu os recursos que lhe foram assegurados;
4) Na parceria entre o clube e a CNN Sports, do investidor Cristopher Nunes, a empresa ficaria responsável pela remuneração dos atletas e o clube, pela logística (alimentação, moradia, transporte, etc) e pela remuneração da comissão técnica. O clube não cumpriu integralmente com sua parte do acordo. Devido a isso, em algumas ocasiões, a CNN Sports bancou não apenas os salários dos jogadores, mas também a parte das despesas que cabia ao clube. Com isso, o não-cumprimento do último vencimento dos atletas foi, em última instância, um problema causado pelo clube.
Agora vamos ao contexto:
1) O Inter se mantém hoje, basicamente, com bilheteria dos jogos, patrocínios, algumas permutas, convênios e ações pontuais, como eventos e rifas;
2) Nós, Mauricio Neves de Jesus e Patrick Cruz, idealizadores e coordenadores do projeto de recuperação de nosso querido clube, vínhamos alertando a todas as pessoas que se dispunham a colaborar com o Inter que a participação dessas pessoas era urgente. Se demorasse a vir, o clube encerraria a temporada em dificuldades. Foi o que ocorreu;
3) Não houve negligência. No início da temporada, o clube lançou um plano de venda antecipada de ingressos para tentar vislumbrar um horizonte mais previsível de receitas. As adesões foram muito bem-vindas, mas insuficientes para que o horizonte de receitas ficasse mais claro – foram apenas 106 adesões;
4) Também o clube participou da rifa de um automóvel, realizada pela Associação de Clubes Profissionais de Santa Catarina. As vendas dos bilhetes (que ainda estão disponíveis, aliás) ficaram muito aquém
5) Em outubro, o clube realizou um jantar para arrecadar recursos para quitar os débitos com a comissão técnica. Diante das circunstâncias, o jantar foi um sucesso – e a conjuntura estava dominada pelo temporal de granizo que castigou a cidade poucos dias antes. Por causa disso, a receita do evento foi metade da que havia sido projetada;
6) No início da temporada, o clube praticou preços de ingressos mais baratos se comprados antecipadamente e mais caros se comprados no dia da partida. A grita foi geral, de torcedores e imprensa. O clube revogou a decisão e não mais vendeu ingressos mais caros no dia dos jogos. Mas como tudo tem um preço, um deles foi o que se vê agora: faltaram recursos no fim da temporada;
7) José Carlos Susin (Zezé), Anacleto Oliboni, Armindo Araldi, Célio Bueno, Isaías Medeiros e outros incansáveis colorados têm emprestado ao projeto seu prestígio pessoal, seu conhecimento profissional e sua força de trabalho, mas não são os responsáveis pelos problemas do momento. Em última instância, a responsabilidade é totalmente dos signatários, Mauricio Neves de Jesus e Patrick Cruz;
8) Tampouco houve negligência da CNN Sports ou de Cristopher Nunes. A empresa tem sido uma valiosa parceira em 2014, e sem ela o clube simplesmente não teria voltado à Série A;
9) O projeto de início (sim, ainda estamos no início) da recuperação do clube não seria possível sem um acordo com a Justiça do Trabalho para o parcelamento de dívidas passadas do clube, fechado ainda em 2013. Esse acordo foi costurado pelo advogado Sandro Ribeiro, que contou com a inestimável compreensão e boa vontade dos advogados desses antigos credores e também da Justiça do Trabalho. A eles deixamos nosso agradecimento;
10) Os problemas são momentâneos e serão solucionados. O melhor dos horizontes – e é com ele que contamos – mostram que o imbróglio começará a ser desfeito nesta terça-feira;
11) Os problemas não são exclusivos do Esporte Clube Internacional, o que não quer dizer que o clube os considera aceitáveis. Não, eles não são aceitáveis. Mas é preciso que se entenda que se trata de um clube (ainda) deficitário e que começou muito recentemente um processo de reestruturação. Percalços são previsíveis durante esse trabalho;
12) São problemas de momento, e não problemas estruturais. O planejamento, as metas e o trabalho para a temporada 2015 estão mantidos. O Inter de Lages virá com força no estadual do próximo ano, para honrar a longa tradição de nossas camisas vermelhas.
E lembremos: o Inter é NOSSO. É da cidade. Todos fomos campeões no último domingo – e todos temos uma contribuição a dar para que o clube se reerga.
Estaremos sempre à disposição para esclarecimentos. E trabalhando.
Assinam (em ordem alfabética)
Mauricio Neves de Jesus
Patrick Cruz
Capela opina….
E mais, acredito que vocês foram enganados quando assumiram o Inter, pois as informações que receberam davam conta de que a dívida trabalhista e fiscal do Inter era em torno de R$ 300 mil, e, no entanto, vocês foram surpreendidos pois a dívida ultrapassava R$ 1,5 milhão. É bom lembrar que estando inadimplente no pagamento de Impostos, o Inter não pode contar com o recebimento de recursos do Município e do Governo do Estado. Logo, as únicas fontes de recursos possível, vem da iniciativa privada e dos torcedores, através do pagamento de ingressos, o que é muito pouco se levarmos em consideração o custeio para manter uma equipe forte e competitiva.
A competência da atual diretoria do Inter é inquestionável e merece elogios e reconhecimento de todos os seguimentos de nossa sociedade, e em especial do apaixonado torcedor colorado
José Capela Batalha