Análise sobre a eleição dos vereadores

As Eleições de 2024 só ficam abaixo da Eleição de 2000 em relação ao retorno dos parlamentares à vereança. A referida de outrora teve 11 dos 21 eleitos que eram candidatos à reeleição. Isso que um daqueles, Pedro Filomeno, havia falecido e, naturalmente, não foi às urnas. Algo semelhante ao ocorrido nesta Legislatura, em relação ao finado Bruno Hartmann.

Neste ano, 9 dos atuais 16 vereadores se reelegeram. Dos eleitos em 2020 seriam 7, mas, como citado, houve um falecimento (no caso, Eder Santos assumiu a vaga) e um mandato cassado (Nei Casa Nossa, substituído por Robertinho).

Chamou-me a atenção o fato, pois se compararmos com a última, apenas 3-dos-16-de-2016 foram reeleitos. Aí cabem múltiplas interpretações: seria o reflexo de boas vereanças? é o resultado esperado de um processo eleitoral mais enxuto? os reeleitos fizeram seus nomes e/ou outras lideranças não surgiram? ou seria tudo um produto de seu tempo, naquele eterno retorno que ora evoca mudanças, ora se apega ao conservadorismo (no sentido de se optar pelo “certo” ao invés do “duvidoso”).

Sobre tais questionamentos não trago respostas, mas parafraseando Antônio Abujamra, o negócio é idolatrar a dúvida.

Segue o balanço, um tanto quanto superficial, é verdade, uma vez que a referência que usei é o livro “Memórias do Legislativo Lageano”, de autoria da saudosa Mauren Pereira dos Santos. Só que a publicação usa os dados oficiais, então é um pouco carente em relação a falecimentos, cassações de mandatos ou afastamentos, o que poderia fazer com que suplentes eventualmente estivessem no exercício do mandato quando das eleições em si. Enfim:

Vereadores reeleitos:
Eleições 1950 – 2 de 13 vereadores
Eleições 1954 – 1 de 13 vereadores
Eleições 1958 – 4 de 13 vereadores
Eleições 1962 – 2 de 13 vereadores
Eleições 1966 – 2 de 13 vereadores
Eleições 1969 – 3 de 13 vereadores
Eleições 1972 – 2 de 17 vereadores
Eleições 1976 – 5 de 19 vereadores
Eleições 1982 – 7 de 21 vereadores
Eleições 1988 – 6 de 21 vereadores
Eleições 1992 – 9 de 21 vereadores
Eleições 1996 – 8 de 21 vereadores
Eleições 2000 – 11 de 21 vereadores
Eleições 2004 – 6 de 12 vereadores
Eleições 2008 – 2 de 12 vereadores
Eleições 2012 – 5 de 19 vereadores
Eleições 2016 – 7 de 16 vereadores
Eleições 2020 – 3 de 16 vereadores
Eleições 2024 – 9 de 16 vereadores

Assessoria da Câmara de Vereadores

Lio Marin foi o candidato que menos gastou por voto

Importante o eleitor saber: Quanto cada concorrente a prefeito em Lages gastou por voto na campanha desse ano? Os valores estão lá nas transparências de prestação de contas do site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A campanha mais barata foi do candidato Lio Marin. Ele declarou total de despesas contratadas no valor de R$ 240.690,00. Somou nas urnas 11.690 votos. Logo, cada voto ficou na casa de R$ 20,58.
A segunda campanha mais barata foi de Carmen Zanotto. Ela foi quem mais investiu, mas foi quem teve melhor desempenho de captação de votos. Declarou despesas contratadas de R$ 1.251.605,22. Somou 50.734 votos e o valor por voto ficou em R$ 24,67.
A campanha de Cláudia Bratti foi a terceira mais econômica. Aparece no TSE com total de despesas contratadas de R$ 90.740,00. Fez nas urnas apenas 3.225 votos, o que resultou num investimento com valor R$ 28,13.
Elizeu Mattos declarou total de despesas da ordem de R$ 639.470,48. Considerando que fez 21.021, o custo da campanha por voto ficou em R$ 30,42. O candidato Leandro Brugnago Borges, não tem declaração de despesas, pois não teve receitas e somou nas urnas 100 votos.

As apostas pela composição do secretariado já iniciaram

As apostas já iniciaram nos bastidores da política, no que tange a composição da equipe de prefeita eleita, Carmen Zanotto. A especulações se referem principalmente ao papel que caberá ao vice-prefeito eleito, Jair Júnior. Há quem diga que Jair deseja é a Semasa, mas apostaria que ele deseja mesmo é a Secretaria de Obras.

Há apostas também na área da Saúde e alguns afirmam que a médica Cristina Subtil retorna como titular desta secretaria.

Para a chefia de gabinete, o nome que circula é do advogado Pedro Ivo Agustini.

Como a própria prefeita eleita já deixou claro nas suas primeiras entrevistas após ser eleita, deverá chamar os vereadores eleitos e mesmo os suplentes para a administração. Dentro desta perspectiva, é possível que chame a vereadora Elaine de Moraes para a secretaria da Educação. Mas viram outros, pelo visto!

Há ainda informações de que haveria o compromisso de chamar o empresário da comunicação, Ricardo Córdova para a Fundação Cultural.

Outro que deverá compor sua equipe é seu ex-companheiro de chapa na eleição passada, Samuel Ramos. Alguns o colocam como Chefe de gabinete.

Outro questionamento é se Carmen manterá ou não a Secretaria de Políticas para a Mulheres.

Candidato do PT fez 1.600 votos e não se elegeu

O mesmo aconteceu com os candidatos do PT, que fizeram apena 2.680 votos para a proporcional. Menos que sua candidata à majoritária, Cláudia Bratti (3.225 votos). 

Não terá nenhum vereador, embora o Prof. Artur Rodrigues tenha feito sozinho uma bela votação: 1600 votos. Mais do que alguns eleitos. Mas o partido não ajudou. Se repetiu aqui o caso do candidato Sérgio Godinho, concorrendo pelo PTC, que em 2016 fez também uma boa votação e não se elegeu: 1.538 votos

Carmen reuniu-se com os 11 vereadores eleitos pela coligação

No primeiro dia após a vitória nas urnas, Carmen Zanotto e Jair Júnior iniciaram suas atividades com uma agenda cheia de compromissos importantes. Os eleitos atenderam a imprensa local, onde discutiram os detalhes da campanha, as reações da comunidade e compartilharam seus planos para o futuro do município. Ambos destacaram a importância da participação popular e da transparência ao longo do processo eleitoral.

Na sequência, Carmen e Jair se reuniram com os 11 vereadores eleitos da coligação “Avança Lages”. Durante o encontro, que ocorreu em clima de união e comprometimento, foi discutida a estratégia para os próximos passos, reforçando a importância de uma atuação conjunta para impulsionar as transformações necessárias na cidade. Carmen destacou a relevância de manter um diálogo constante com os vereadores, visando à construção de uma gestão participativa e alinhada com as necessidades da população.

O dia foi encerrado com uma reunião na Associação Empresarial de Lages (ACIL), onde Carmen e Jair discutiram com representantes do empresariado local as perspectivas para os próximos quatro anos. Carmen Zanotto reafirmou seu compromisso de trabalhar em parceria com o setor produtivo para criar um ambiente mais favorável ao crescimento econômico e à inovação em Lages.

A agenda do dia refletiu o compromisso de Carmen Zanotto e Jair Júnior em construir uma gestão voltada para o diálogo e a colaboração, unindo diferentes setores da sociedade em prol de uma Lages mais próspera.

Lages tem prazo para adotar medidas de melhoria da drenagem urbana

Uma decisão judicial transitada em julgado obriga o Município de Lages e a Secretaria de Águas e Saneamento (SEMASA) a adotarem medidas para regularizar os sistemas de drenagem e manejo das águas pluviais, além de pagarem R$ 50 mil por danos morais coletivos. A ação foi movida pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), e a 13ª Promotoria de Justiça da comarca instaurou recentemente um procedimento administrativo para acompanhar e fiscalizar o cumprimento da sentença.

A Promotora de Justiça Tatiana Rodrigues Borges Agostini afirma que a condenação evidencia a necessidade urgente de integração entre o desenvolvimento urbano e as práticas de sustentabilidade. “A ausência de sistemas eficientes de drenagem pluvial pode levar a inundações, erosões e contaminação de cursos d`água, gerando impactos ambientais severos. A decisão judicial, ao impor limites e prazos, visa criar um ciclo de prevenção e controle, protegendo tanto o meio ambiente quanto os moradores de Lages”, explica.

A decisão deve ser cumprida no prazo de 12 meses. Ela inclui medidas de responsabilidade ambiental e urbanística que impactam diretamente a sustentabilidade e a qualidade de vida da população. O Município está proibido de autorizar construções residenciais urbanas sem a devida interligação com o sistema adequado de drenagem pluvial ou mecanismo de despejo de efluentes sanitários ambientalmente apropriado. O Poder Executivo também não pode autorizar intervenções em cursos hídricos, como rios e córregos, sem o devido licenciamento ambiental.

Outro ponto de destaque da decisão é a ordem para a implementação de um plano de drenagem pluvial urbano que atenda às diretrizes do Plano Municipal de Saneamento. O projeto deve contemplar o diagnóstico da situação atual, priorizando áreas mais críticas e identificando soluções para ligações clandestinas de esgoto. O descumprimento dos itens pode acarretar multas que variam de R$ 5 mil a R$ 10 mil mensais, com limites de até R$ 50 mil.

Tatiana reforça que a decisão é uma vitória para a sociedade lageana e para o meio ambiente. “A falta de planejamento urbano e de infraestrutura adequada de drenagem e saneamento afeta diretamente a qualidade de vida da população, além de causar prejuízos ambientais irreparáveis”.

Ela faz parte do Grupo Especial de Defesa dos Direitos Relacionados a Desastres Socioambientais e Mudanças Climáticas, o GEDCLIMA, órgão que atua na preservação do meio ambiente, da fauna e da flora bem como no combate às mudanças climáticas. “Com essa sentença, espera-se que o Município passe a adotar uma postura mais responsável e sustentável, garantindo que o desenvolvimento urbano ocorra de maneira integrada com a preservação ambiental”, conclui a Promotora de Justiça.

Renovação na Serra Catarinense: 72,22% de novos gestores

A maior renovação de gestores municipais que se tem notícia entre os prefeitos da Amures, se consolidou na eleição desse domingo (6). Ao todo, 13 novos prefeitos e prefeitas tiveram maioria dos votos em seus respectivos municípios e assumem em primeiro de janeiro de 2025.

Dos novos eleitos, cinco são mulheres: Camen Zanotto, em Lages; Tainara Barbosa Raitz, em São José do Cerrito; Lucia Raquel Rodrigues Ortiz, em Correia Pinto; Helena Schild de Oliveira, em Bom Retiro; e Sadiana Arruda Melo Coelho Lopes, em Capão Alto.

A esse time de mulheres, se juntará a prefeita de Urupema, Cristiane Muniz Pagani Almeida, que foi reeleita com 69,32% dos votos, o maior percentual entre os vitoriosos do pleito desse ano. A “bancada” de prefeitas eleitas na região da Amures só não foi maior, porque Claudiane Varela Pucci, em Campo Belo do Sul e Mariza Costa, em Urubici tentaram sem sucesso a reeleição.

Entre os novos prefeitos estão ainda: Henrique Menegazzo, de Anita Garibaldi; Célio Pereira, de Campo Belo do Sul; Adelar José de Morais, de Cerro Negro; Marcio José Branco de Andrade, de Painel; Jose Teodoro de Sena Amaral, São Joaquim; Sandro Alex Masselai, de Palmeira; Ademar de Bona Sartor, de Rio Rufino e Leandro de Souza Corrêa, de Urubici.

Já os prefeitos que saíram das urnas reeleitos são: João Eduardo Della Justina, de Bocaina do Sul; Pedro Luiz Ostetto, de Bom Jardim da Serra; Fabiano Baldessar de Souza, de Otacílio Costa; e Edson Julio Wolinger, de Ponte Alta.

Quadro das eleições – AMURES
Município Prefeito Novo Reeleito
Anita Garibaldi Henrique Menegazzo Novo
Bocaina do Sul João Eduardo Della Justina Reeleito
Bom Jardim da Serra Pedro Luiz Ostetto Reeleito
Bom Retiro Helena Schild de Oliveira Novo
Campo Belo do Sul Célio Pereira Novo
Capão Alto Sadiana Arruda Melo Coelho Lopes Novo
Cerro Negro Adelar José de Morais Novo
Correia Pinto Lucia Raquel Rodrigues Ortiz Novo
Lages Carmen Emilia Bonfá Zanotto Novo
Otacílio Costa Fabiano Baldessar de Souza Reeleito
Painel Marcio José Branco de Andrade Novo
Palmeira Sandro Alex Masselai Novo
Ponte Alta Edson Julio Wolinger Reeleito
Rio Rufino Ademar de Bona Sartor Novo
São Joaquim  Jose Teodoro de Sena Amaral Novo
São José do Cerrito Tainara Barbosa Raitz Novo
Urubici Leandro de Souza Corrêa Novo
Urupema Cristiane Muniz Pagani Almeida Reeleito

Por Assessoria de Comunicação – Amures