Presidente da Samt lamenta não poder pagar uma dívida que era apenas um terço da dívida que existia em 2013 quando assumiu

A presidente da Samt, Rosa Abbou Hatem foi entrevistada pelo repórter Evandro Gioppo a respeito da venda do prédio para pagar as contas pendentes. Leia o que ela disse:

 

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“Quando assumimos em 2013 haviam uma ação coletiva de 196 funcionários cobrando na justiça um reajuste pelo não recebimento do piso regional, cujo valor era de R$ 1,5 milhão, três vezes maior que a que temos hoje. Com muito trabalho e apoio do poder público, conseguimos parcelar e pagar sem nunca criticar ou cobrar da administração anterior porque não pagava o salário correto para os funcionários e porque perdeu tantas ações. Tive quase 60 processos, alguns até com danos morais, que pagamos quietinhos. Encerramos todo o pagamento no dia 5 de dezembro do ano passado, quando pagamos a última parcela do total de 39 de uma dívida de quase R$ 2 milhões. E, porque que agora, com apenas um terço do valor da divida passada eu não consegui resolver? Por falta de apoio da administração municipal. Depois de tanta luta, de nadar e nadar, vamos morrer na praia. Na época tínhamos quase 200 funcionários e agora eram 60 funcionários que ficaram sem o salário de janeiro e as rescisões. ”

“Desde janeiro nós não recebemos nenhum centavo da prefeitura. Não podemos retomar nenhuma das atividades que desenvolvíamos nos bairros porque não era mais interessante para a prefeitura renovar os convênios conosco. Isso porque antes a Samt servia de cabide de emprego e hoje não serve mais, pois foi feita a separação, nos separamos a Samt do poder público, da prefeitura, já não se tornou mais interessante para a administração. E, a nossa dívida foi virando uma bola de neve”.

– Porque a Samt deixou o prédio que era seu para pagar aluguel em outro espaço?

 

“Já em 2013, quando assumimos a intenção já era separar a Samt do poder público. Como todas as pessoas estavam acostumados a procurar pela assistência Social naquele espaço para pegar seu benefício, sua cesta básica, etc.. nós iríamos complicar muito o processo, entendemos que seria melhor a Samt sair e deixar a secretaria de Assistência Social lá. Mesmo porque já estava prevista a reforma do prédio cedido pelo estado, que pertencia a Regional de Saúde,. E a Samt não necessitava de tanto espaço para fazer seu trabalho já que desenvolve trabalho em parceria, com o IFSC, por exemplo, nos bairros e casas asilares. A prefeitura é que teria de pagar o aluguel para nós. Lembrando que tudo o que está lá dentro desde a TV e computadores é da Samt e não sei se ainda vou conseguir retirar alguma coisa que está lá. Praticamente a casa inteira era montada com objetos da Samt. E não foi doado com dinheiro público. Nós trabalhamos muito para conquistar: O então prefeito Paulo Duarte, em 1986 doou aquele terreno que era uma nesga de terra entre o mercado público e a Acil para construir o prédio para abrigar a Escola Aberta do Projeto Amo, em caráter irrevogável. Fomos a Brasília buscar recursos no Ministério da Educação para construir o que lá está. Se a prefeitura hoje diz que o patrimônio é dela, teve 28 anos para reclamar. Nos sentimos muito ter de vender. Lutamos para defender aquele patrimônio que já teria sido perdido em 2013 se não fosse o nosso esforço. Temos de colocar isso para a comunidade lageana para que entenda o que está acontecendo. Não temos mais o que fazer. Na situação atual há um colapso social, porque muitas instituições vão  morrer”.

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