20 comentários em “O vídeo que gerou a nota de repúdio por racismo religioso”

  1. Em Defesa da Palestra sobre Exu e da Diversidade Religiosa no Brasil

    Nos últimos dias, surgiram críticas lamentáveis a uma palestra sobre Exu, entidade sagrada do Candomblé. É preciso esclarecer, com serenidade e firmeza: uma palestra sobre Exu não é — e jamais poderia ser — uma afronta às religiões cristãs ou a qualquer outra fé. Exu é parte essencial das religiões de matriz africana, como o Candomblé e a Umbanda, que, por sua vez, são fundamentais para a formação da identidade cultural brasileira. Negar isso é negar parte da nossa própria história como povo.

    No vídeo que ataca a palestra, o vereador cita a “cultura ocidental” como se isso fosse um argumento legítimo. Mal sabe ele que, para muitos europeus, norte-americanos, australianos e neozelandeses — considerados os verdadeiros “ocidentais” — nós, brasileiros e latino-americanos, somos vistos de maneira distinta. Somos, para eles, “o outro”: mestiços, latino-americanos, periféricos. A cultura brasileira não é uma mera extensão da cultura europeia; ela é o resultado de uma profunda mistura entre indígenas, africanos e europeus, moldada pelo sofrimento e pela resistência.

    Atacar uma religião, discriminar uma crença, é uma forma grave de violência. Basta lembrar dos absurdos proferidos durante a recente tragédia climática no Rio Grande do Sul, meu estado natal, onde religiosos ignorantes tentaram atribuir o fenômeno ao “castigo divino” pela presença de templos de religiões afro-brasileiras. Além de ser uma ofensa à inteligência humana, é uma demonstração brutal de racismo e intolerância.

    Uma palestra sobre Exu, sobre Orixás, sobre religiões afro-brasileiras, não é doutrinação. É educação. É cultura. É resistência. É reconhecimento da importância de uma raça e de uma fé que, com a graça de Deus, ajudaram a formar o povo brasileiro. Negar isso é uma tentativa de “clarear” a história, de embranquecer nossa alma coletiva.

    Falo como católico. Fiel às minhas obrigações religiosas, mas também fiel à minha consciência de que Cristo ensinou o amor e o respeito ao próximo — não a intolerância, nem o ódio. Essa reação contra a palestra revela traços de intolerância, xenofobia e racismo, infelizmente comuns entre os extremistas que emergiram nos últimos anos, tanto da chamada “linha conservadora do mal” quanto dos radicais da “lacração” oposta. Ambos os extremos são faces do mesmo problema: a intolerância que mergulha nossa sociedade em divisão e caos.

    Respeitar o Candomblé, respeitar Exu, respeitar a diversidade de fé dos brasileiros, não diminui a fé cristã — pelo contrário, engrandece o espírito cristão verdadeiro.

    Responder
  2. O vereador está certo.. cada um defende o que acredita ser obrigado a ir é sim um ato de mentira e imposição deve ir que quiser e não ser obrigado..parabéns vereador

    Responder
  3. AO OBSERVAR O VIDEO NOTEI UMA COISA. OBRIGAR OS ALUNOS A IR VER A PALESTRA NÃO ESTA CERTO, VIVEMOS AINDA EM UMA DEMOCRACIA , QUE SANGRA A CADA DIA. VAI ASSITIR QUEM QUISER. SIMPLES ASSIM.

    Responder
    • Essa informação é caluniosa. O vereador mente, não faz nem ideia de como se deu a estruturação da aula, que aliás não teve nenhuma relação com os estudantes, pois era uma aula promovida por outro programa de pós-graduação da Universidade do Estado do Amazonas. Não tem nada de obrigação! O que há é mal caratismo e burrice. Esse vídeo é uma farsa do início ao fim.

      Responder
  4. É lamentável ter vereadores com pensamento, Intolerância religiosa é a discriminação ou o desrespeito aos direitos religiosos de outros, manifestada por atitudes ofensivas, agressivas ou que ferem a dignidade religiosa. Inclui atos de discriminação, ofensas, insultos, ameaças e até violência física por causa da religião de alguém. mais respeito as religiões de matriz africana

    Responder
  5. Os ignorantes podem entender como intolerância reversa, mas quanto mais cresce o número de evangélicos (conservadores extremistas), mais avança a intolerância, o ódio em nosso país. Parabéns Carlos de Lima pelo texto, bem explicativo e reflexivo. A atitude do tal vereador, não há nem o que falar, é simplesmente REPUGNANTE!

    Responder
  6. não sejamos ignorantes, ninguém deve ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa a não ser por expressa lei. quem quiser ir em palestra ou seminário etcc… seja de católicos, evangélicos, espiritas, afro religiões, que vá. ninguém deve ser obrigado ir ou deixar de ir, apenas respeitar.

    Responder
  7. Perfeito Texto Carlos.
    O Deus é o mesmo em todas religioēs,só muda a forma de cultuar.
    Este vereador deveria pequisar o significado do EXU no Camdomblé e Umbanda.
    Pratique mais a leitura vereador,ela enriquece os conhecimentos e o sr não faltará besteira.

    Responder
    • Respondendo àqueles que dizem que “ninguém é obrigado a assistir o que não quer”, gostaria de trazer uma reflexão pessoal: em se tratando de uma universidade, as aulas, de modo geral — especialmente aquelas ligadas à grade curricular — são sim obrigatórias.

      Vejo simpatizantes do vereador tentando justificar sua postura para evitar que ele seja rotulado como intolerante, mas, sinceramente, esse argumento soa no mínimo inadequado. Ao longo de toda a minha vida escolar — no ensino fundamental, médio e superior — perdi a conta de quantas aulas eu não queria frequentar, mas que, ainda assim, faziam parte da minha formação.

      Assim funciona a vida acadêmica: o aluno assiste às aulas para ampliar seus horizontes, formar senso crítico e, num ambiente saudável, ter a liberdade de expressar seu pensamento ou mesmo de contestar o do professor de maneira respeitosa.

      Portanto, peço que reflitam. Sigam nervosos, se quiserem, os defensores da tradição, da família e dos costumes — mas saibam: a intolerância também acaba sendo uma de suas marcas registradas.

      Responder
    • Ninguém foi obrigado a assistir nada! Tratava-se de uma atividade do Programa de Pós-Graduação da Universidade do Estado do Amazonas (bem longe de Lages, não é?). A aula magna foi divulgada na forma de convite para qualquer pessoa participar, inclusive o vereador poderia ter entrado na aula para aprendera alguma coisa, a aula era gratuita e pública. Se informem primeiro, antes de falarem besteiras ou replicarem o que não sabem.

      Responder
  8. Deixa eu ver se entendi… Obrigar alunos de Pós Graduação de nível Strictu Senso a comparecerem em evento direcionado a uma determinada crença ou religião, sob pena de prejuízo nas notas no caso de não comparecimento, isso está tudo certo, mas, daí quem se posiciona contra essa arbitrariedade, daí este passa a ser imediatamente acusado de racismo religioso? Aonde vamos chegar com tudo isso? Se querem estudar sobre Exu, etc e tal, não vejo nenhum problema quanto a isso, quem se interessa por esse tema que faça bom proveito, mas, daí, querer forçar aqueles que não se identificam com essa ideologia a estarem presentes coercitivamente em um ato voltado a essa crença, isso já é demais… realmente fica cada dia mais nítida a inversão de valores, onde todos os que se posicionarem de forma diversa a essa ideologia defensora das “minorias” e afins, de antemão é tachado como opressor. Situação lamentável.

    Responder
    • A Sra. Patrícia já esclareceu que a participação na aula não era obrigatória. Portanto, é lamentável que alguém propague informações falsas, criando um cenário de coação inexistente e sem qualquer base legítima.A liberdade de expressão é um direito fundamental, mas não é absoluto. A Constituição Federal, em seu artigo 5º, inciso IV, garante a livre manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.​ Se o senhor deseja manter o anonimato, sugiro que utilize um pseudônimo mais respeitável. O uso de apelidos de gosto duvidoso, como ‘Jalin Habbei’, apenas compromete a seriedade do debate e desvia o foco das questões realmente importantes.
      Debates devem ser pautados pela honestidade intelectual e pelo respeito mútuo. Espalhar desinformação e utilizar pseudônimos ofensivos não contribui para a construção de um ambiente saudável e respeitoso.

      Responder

Deixe um comentário para Jonas Pinheiro Cancelar resposta