Segundo o site São Joaquim Online, na última sexta-feira, a justiça transformou a prisão temporária da vereadora Estela Maris Mariotti Chiodelli em prisão preventiva. Ela está detida no presídio de Lages.
No despacho o juiz explica as razões:
Veja partes da decisão do Juiz Laerte Laerte Roque Silva nesta última sexta-feira (13):
O conjunto probatório mostra, outrossim, que a agente é extremamente ligada ao grupo preso na Operação Bola de Neve, além de ser articulada e inteligente, pois no dialogo com a vítima lhe fez diversas ameaças, afirmando que sabe que muitas pessoas querem vingança da atual Prefeita, ora vítima.
Deve ser ressaltado que se a vereadora for posta em liberdade neste momento, poderá ela ter acesso a algum arquivo que ainda não tenha sido apreendido pela autoridade policial, o que colocaria em risco a integridade moral da vítima, haja vista que a denunciada não exitaria em divulgar o seu conteúdo.
Além disso, fica claro que a denunciada buscava, com a extorsão, não só a quantia de R$ 25.000,00, mas também que a Prefeita lhe protegesse caso houvessem investigações na sua gestão como Secretária da Educação do Município durante o período em que estava no comando do executivo local o Ex-Prefeito José Nérito de Souza, cassado pela Câmara de Vereadores e preso durante as investigações que resultaram na Operação Bola de Neve.
Convém salientar, ainda, que a denunciada também pediu a Prefeita que não fizesse nada contra o seu marido, Sr. Neri Antônio Chiodelli, que se encontra afastado de seu cargo de engenheiro da Prefeitura Municipal de São Joaquim, por decisão nos autos de Ação Civil Pública 063.11.003169-8, por suposta fraude na execução de contrato administrativo.
Me parece, desse modo, que com o prosseguimento das investigações, os fatos que deram ensejo ao presente inquérito podem ir muito além da extorsão ora praticada, atingindo questões que interessam a toda sociedade joaquinense, que anda abalada com os crimes que vem ocorrendo no meio político local.
Esses fatos autorizam a manutenção da prisão como garantia da ordem pública, que foi violada pelos investigados. A eventual liberação destes, neste momento, geraria sentimento de impunidade e serviria de estímulo a reiteração criminosa.
Observo que as investigações podem resultar na descoberta de novos fatos envolvendo a acusada, uma vez que ela própria afirmou que autorizou prática ilegal quando era Secretária de Educação do Município de São Joaquim. Assim, se ela estiver em liberdade, poderá tentar destruir eventuais provas e até mesmo ameaçar eventuais testemunhas acerca do caso.
A notícia da prisão da acusada pela prática de extorsão contra a Prefeita e o cumprimento do mandado de busca e apreensão abalou a comunidade local, gerando enorme repercussão nos moradores da cidade de São Joaquim e também de todo o Estado de Santa Catarina. Frise-se que a notícia foi veiculada em vários meios de comunicação de nível nacional.
A repercussão no meio social também justifica a prisão como garantia da ordem pública […]