Daniel apurou que o morador do terreno da Sinotruk sublocava a área

O radialista Daniel Goulart também foi ouvido pela CPI do terreno da Sinotruk e informou que tratou do assunto em seu programa Clube Repórter, quando ainda atuava na Rádio Clube porque chamou atenção ao passar pela área em um domingo. “Havia muita gente no local e até um caminhão boiadeiro e isso me chamou atenção como repórter uma vez que o terreno é da prefeitura”, disse ele.

Posteriormente a isso ele começou a investigar e fez um pedido à assessoria da prefeitura e não obteve resposta e comentou no ar a respeito do que ele viu e a partir daí começaram a chegar informações de quem estaria lá e o que estaria fazendo. Conseguiu falar com José Pires, o Cowboy (que já tinha deposto na CPI) e, em função disso, procurou o secretário Marião (secretário do Desenvolvimento Econômico da época) e no dia 7 de maio de 2019 Marião esteve em seu programa.

“Marião justificou que a prefeitura havia autorizado estas pessoas a morarem lá, justificando que a prefeitura não teria condições de contratar uma outra empresa para fazer a segurança do local e a roçada”, disse Daniel.

–“Até questionamos na época, porque se uma pessoa vai construir em área pública a fiscalização da prefeitura interfere e isso não foi feito. E a justificativa foi de que realmente havia sido autorizado e que eles permaneceriam lá. Informou que uma das casas (a segunda) foi construída pela Secretaria de Habitação

– “Quando entrevistei o Cowboy ele relatou que em 2017, quando mudou o prefeito ele esteve no gabinete – no segundo dia de mandato – e conversou com Antônio Ceron e ele permitiu que continuasse lá.” Foi depois disso que a segunda moradia foi construída e a casa onde José Pires morava foi cedida ao diretor da garagem, o Chicão.

“Tantas pessoas inscritas no cadastro da prefeitura esperando uma casa e a secretaria foi construir uma casa para uma pessoa que morava em área da prefeitura”, citou Daniel

– “Chamou atenção para o fato de que o José Pires vendia o gado e perguntei como ele fazia para tirar a nota de venda. Ele disse que tinha arrendado um outro sítio na localidade de Boqueirão. Eu questionei a prefeitura sobre isso e nunca obtive resposta”.

– “No decorrer do tempo eu recebi uma informação de que o gado que estava dentro do terreno não era de José Pires, mas ele também sublocava. Eu apurei que, de fato, um senhor que reside na localidade de Cadeados é que pagava para ele para colocar o Gado ali. O senhor Afonso. Eu estive em sua propriedade e ele confirmou que pagava o arrendamento para José Pires”

– “Eu estive conversando também com o Chicão, lá na garagem da prefeitura e ele disse que estava morando lá no terreno porque tinha de cuidar das máquinas”

– “Eu estive no terreno (em maio) e tive de pular a porteira porque estava com cadeado, e contei que havia 48 cabeças de gado, além de cavalos e galinhas. Mas a cascalheira não estava funcionando e não tinha nenhuma máquina lá. José Pires disse que o gado que lá estava era dele”