A julgar pelos discursos dos vereadores da oposição durante a primeira sessão, no dia 1º de janeiro, após a eleição da presidente da Casa, não haverá oposição na Câmara.
Os vereadores foram unânimes em destacar que farão o que for melhor para Lages. Sabemos que para ajudar Lages não pode obstruir os projetos que venham do executivo com o intuito de melhorar a vida do cidadão, mas também não pode fazer vistas grossa para tudo, em nome de uma aliança política ou comprometimento de ordem partidária. Para uma democracia saldável é preciso se dar voz ao contraditório.
O próprio prefeito Ceron sabe que o papel da oposição é fundamental para até nortear as ações de governo e conter os abusos que porventura surjam no caminho. Tanto que no primeiro dia como prefeito, deu um recado aos vereadores para que não aprovem tudo o que for do executivo de forma cega, mas também não obstruam as ações importantes.
É certo que no papel de oposição, quando vereador o atual vice-prefeito as vezes extrapolou no discurso, embora não tenha impedido a aprovação dos projetos do executivo.
O fato de não ter havido uma disputa pela presidência da Câmara, mesmo com o equilíbrio de forças no legislativo (8 X 8) fechou com o discurso cheio de boa vontade para com a nova administração vindo dos vereadores mais radicais. Mostra que a oposição se encolheu e optou por uma ação mais diplomática. As atitudes mais polêmicas parecem que virão mesmo da própria bancada da situação.
O jovem vereador Jair Júnior mostrou que chegou para ser protagonista. E mostrou isso ainda na posse, quando exibiu uma pequena faixa pedindo pelo passe livre para os estudantes. Certamente que ele sabe que é um assunto delicado e que o executivo não vê com bons olhos, pois: para usar o transporte coletivo de graça, alguém vai pagar a conta e, nesse caso será o executivo. O vereador Lucas Neves, que já percorrer os bairros com seu gabinete móvel, certamente também chegará à câmara cheio de sugestões para o executivo, pedindo por ações.