Ainda sobre a proposta do vereador Marião para reduzir os gastos da Câmara

 



 

Se realmente a proposta do vereador Marião (PSB), apresentada em forma de moção essa semana, fosse para valer, poderíamos até entender que os vereadores estão mesmo preocupados com a comunidade e dispostos a contribuir para mudar a imagem que temos hoje da classe política.

Ele apontou 11 medidas para reduzir os gastos da Câmara que tem um orçamento de R$ 12 milhões passa esse ano e, já gastou até o mês passado, R$ 7 milhões. Mas, se trata apenas de uma moção que sequer foi discutida ou teve o apoio de seus companheiros de bancada. Mesmo assim, as sugestões caíram como uma bomba entre os vereadores que rechaçaram de forma contundente.

 

O que revoltou a grande maioria dos vereadores, foi a proposta de redução dos vencimentos, hoje na casa dos R$ 7.800,00, para apenas 80% do valor (ficariam em torno de R$ 1.500,00), e a volta das 12 cadeiras.

Não há dúvidas de que a comunidade só aplaudiria se realmente fossem desprendidos o bastante para reduzir salários; diminuir para 12 o número de vereadores; limitar o número de funcionários do legislativo (manter apenas três por vereador, portanto ficariam em 57, mas hoje tem quase 130 funcionários entre efetivos e contratados); reduzir de 7% para 3,5% o repasse para a Câmara; suspender contratos com terceirizados; uso restrito e maior controle dos veículos da Câmara; cota fixa de gasto com celulares, redução da verba de gabinete, conforme propõe Marião.

O vereador proponente foi acusado de demagogo especialmente porque propõe a diminuição do número de vereadores, mas não assinou o projeto do vereador Marcius Machado que está na dependência de apenas duas assinaturas (precisa de sete) para poder tramitar, reduzindo as cadeiras para apenas 13 na próxima legislatura.

 

Se realmente fosse essa a sua intenção, só teríamos a louvar, mas sequer buscou o apoio de seus colegas da Bancada da Fiscalização para endossar sua proposta. Se levasse realmente à sério, teria ampliado a discussão, cooptando parceiros para iniciar um movimento moralizador dentro da Câmara, e quiçá ganhando a rua e servindo de exemplo para os demais gestores públicos. É claro que a moção não passou. Mas, esperamos que Marião retome a proposta, liderando um movimento sério e efetivo em prol do bom uso do dinheiro público.

 

DUAS PROPOSTAS TRAMITAM NA CÂMARA


Hoje há unanimidade de que o aumento do número de vereadores não serviu para aumentar a qualidade do trabalho do legislativo. Tanto que há dois projetos circulando na Câmara em busca de assinatura para que possa tramitar e ser votado. Um deles propõe a redução de 19 para 13 vereadores e outro, de 19 para 15 cadeiras. Contudo, parte dos vereadores que vem das associações de bairros resiste a qualquer mudança nesse sentido.

 

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