Precisa uma cota para as mulheres?

 

A bancada feminina da Câmara dos Deputados,  na qual a lageana Carmen Zanottto está incluída, defende que, na reforma política que está sendo alinhavada no Congresso, se estabeleça a cota mínima de 30% das cadeiras do Legislativo para as mulheres. “Essa cota das cadeiras é fundamental”, diz Carmen, uma vez que das 513 cadeiras da Câmara dos Deputados só 51 são ocupadas por mulheres, enquanto que no Senado, das 81 cadeiras, elas ocupam apenas 13.

Em SC temos apenas uma deputada federal e quatro deputadas estaduais (Ada de Luca (hoje secretária de Justiça), Dirce Heiderscheidt, ambas do PMDB,  Luciane Carminatti e Ana Paula Lima, do PT)  Em Lages, há apenas uma mulher entre os 19 vereadores.

Apesar de termos uma mulher ocupando o cargo máximo, de presidente da República, só um estado tem governadora: o Rio Grande do Norte (foram eleitas duas, mas Roseana Sarney –Maranhão – renunciou). Como a própria deputada Carmen observa, a reivindicação está sendo vista com ressalva pelos partidos, mas as deputadas vão continuar lutando para que a cota seja incluída na reforma.

 

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“Vamos enfrentar tudo isso em nome da redução das desigualdades que ainda existem em nossa sociedade.  E a justiça tem que começar por esta Casa”, afirmou.

 

O parecer está para ser votado na semana que vem. Como mulher também entendo que é preciso uma maior participação nas esferas de decisões, especialmente na política. Mas não concordo que tenha de ser imposta, dessa força, a participação da mulher.

 

O estabelecimento de cotas só serve para segregar, para discriminar.

 

Se a mulher não tem maior participação na política é porque ela ainda não se dispôs a isso. Não se interessa a ponto de buscar mandato.  Prova maior disso é a dificuldade com que os partidos se deparam a cada ano eleitoral para preencherem a conta dos 30% de mulheres na lista dos candidatos. E muitas incluem seu nomes somente para fechar a listagem. Não fazem nenhum esforço para eleger-se. Isso se repete em todos os partidos.

Então como queremos que tenhamos mais vereadoras, deputadas e senadoras?

 

Onde está o problema?

O problema não está no impedimento da legislação ou no fato de que as mulheres tenham dificuldade de obter a votação necessária para garantirem um mandato. O problema está mesmo na pouca participação delas no processo eleitoral, muito embora, na militância tenham presença expressiva. Muito mais do que incluir a cota mínima das cadeiras, as deputadas precisam é estimular as mulheres a participarem ativamente do processo. 

 

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