Os funcionários da área da saúde do município estão distribuindo nota à população e anunciando para quinta-feira, uma manifestação em frente à prefeitura para expor “a insatisfação e indignação” com a atual situação. No documento, listam uma série de questões relativas à falta de matéria de consumo, à falta de gestão e os problemas referentes aos recursos humanos.
Não é segredo de ninguém que o setor da saúde tem problemas, mas também todo mundo sabe, inclusive os que atuam nessa área que, alguns são bastante antigos. Não há dúvida que os funcionários devem cobrar, especialmente pelo fornecimento de condições para bem atender à população. Mas há algumas questões que não podemos ignorar. Uma delas é a presença do ex-secretário da Saúde, o atual vereador Juliano Polese por traz desse movimento. Há mais de um mês ele já tinha revelado o conteúdo desse documento na tribuna da Câmara.
O documento também se antecipa a qualquer contraditório , dizendo que: “substitui qualquer tipo de declaração que possa ser veiculada na imprensa.” Reitero que, os profissionais precisam, sim, buscar melhorias e denunciar os desmandos da pasta, que por ventura houverem.
Sabemos que há problemas quanto a aquisição de material de consumo e aquisição de medicamentos; com a realização de exames; que falta profissionais, médicos especialistas; e não foi feito o pagamento da progressão salarial prevista nos concursos, como tem denunciado o vereador Juliano Polese, na Câmara.
Contra informatização
Dentre todos os itens elencados fico preocupada apenas com uma coisa: o posicionamento contra a informatização do sistema pretendido, interligando todas as unidades de saúde. Sabemos que quando implementado resolverá muitos problemas vividos hoje, como agendamento de consultas e exames, e reduzirá despesas do setor.
Encaminhamento das soluções
Porém, na quinta-feira passada a comissão de funcionários da saúde se reuniu com o prefeito, e os secretários da Saúde, Cristina Subtil, e da Administração, Pedro Marcos, para discutir o conteúdo do documento. Decidiu-se então pela indicação de um grupo de trabalho que faria o encaminhamento das soluções. Mesmo assim, optou-se pela continuidade do movimento. É justo que as reivindicações aconteçam e que o descontentamento chegue à população, mas é preciso esgotar todos as canais de negociação pela via diplomática. E que nem se cogite a paralisação das atividades, pois afinal, a população não pode pagar por isso.
Embora a nota dos funcionários da Secretaria da Saúde já tenha se antecipado, dizendo que a única verdade a ser considerada era aquele contida no documento, recebo outra nota com o contraditório:
“Como você está mais do que sabendo, a paralisação prevista para quinta-feira dos funcionários da área da saúde, tem cunho político partidário. A prefeitura de Lages, a exemplo das demais administrações públicas, passa por momentos críticos, contando moedas para deixar em dia o salário do servidor. Passa por uma das piores crises financeiras e esta paralisação vem num momento impróprio e bem numa campanha eleitoral. Já sabemos quem está à frente do movimento, tanto que não há nomes, a nossa é assinada por uma comissão de funcionários. Dos itens que eles expõem muitos são mentirosos e ardilosos..
Para terem uma ideia, dia desses denunciaram a falta de seringa para diabéticos nos postos de saúde, sendo que o almoxarifado estava cheio delas e, simplesmente, o pedido de abastecimento aos postos não chegou até ao responsável. Pacientes denunciaram que os termômetros não funcionavam e sabe o que estava acontecendo? Alguém estava tirando baterias dos mesmos. Lembra daquela história do Samu, envolvendo funcionários municipais, que estavam contaminando o combustível, realizando sabotagem na parte elétrica das ambulâncias? Há muita insubordinação e falta de ética. O joio foi separado do trigo e problemas daquela natureza no Samu, nunca mais foram observados. Tem muito servidor na saúde que era cargo de confiança do antigo secretário e continua repassando informações a ele”.