Ainda nem conseguimos inaugurar o aeroporto regional de Correia Pinto e, se demorar muito, já teremos de fazer melhorias e ampliações para poder coloca-lo em operação.
Também não podia ser deferente para uma obra que se arrasta por mais de 15 anos
Naquela época em que foi concebido era uma obra grandiosa, hoje, não mais. Falta muito pouco para concluir, apenas o acesso e a rede de energia mas, mil e uma complicações acabam por retardar sua conclusão.
E, uma vez concluído ainda
faltará que se viabilize
a operacionalidade
Será outra novela. Fala-se em transformá-lo em um porto seco. Creio mesmo que seja essa a melhor forma de sua utilização, já que não se aposta muito em grande movimentação de passageiros. Lendo artigo do consultor para o modal aéreo, o gaúcho Claudio Louzada, chamou-me atenção uma questão que parece ser primordial.
Se a ideia é transformar em porto seco, o aeroporto terá de permitir o pouso e decolagem de grandes ou médios aviões de carga. Para que isso seja possível, temos de oferecer condições. Em primeiro lugar dispor de uma pista condizente com as pretensões que temos para com o aeroporto.
O aeroporto regional tem 1.800 metros de comprimento por 30 de largura. Apenas 300 metros a mais do que o aeroporto de Lages.
Segundo o consultor, por motivos econômicos, de produção e principalmente por crescimento do tráfego de passageiros nas cidades pequenas e médias, as empresas regionais estão substituindo suas aeronaves de 48 lugares por modelos maiores e de maior eficiência operacional, com turboélice de 70 lugares.
É o que acontece com a empresa Azul que deverá operar em Lages. O mínimo de pista que um aeroporto precisa dispor para receber essas aeronaves seria de 1.500 metros. Segundo dados obtidos, dentro em prevê, as pistas com até 1.500 metros só terão capacidade de receber aeronaves como o LET410, o Embraer Bandeirante de 19 lugares e o Caravan de nove lugares.
Não estamos construindo um aeroporto regional sem que ofereçamos condições melhores e maiores do que aeroporto federal local, não é mesmo?
Com apenas 300 metros a mais, não me parece que justifique o investimento de praticamente R$ 40 milhões já consumidos.
Obviamente que é possível ampliar a pista para até 2.200 metros, mas para isso será necessário novo projeto, novos recursos e obras. Levará quantos anos mais? Portanto, o aeroporto regional já nasce tímido.
Basta comparar com o aeroporto de Chapecó, cidade com 200 mil habitantes (pouco mais do que Lages, com 160 mil). Tem um aeroporto com pista de 2.100 metros (em vias de se expandir para 2.960) de comprimento e 45 de largura, operando sete voos diários de pelo menos três diferentes companhias e uma movimentação de mais de 500 mil passageiros/ano.