Em entrevista à imprensa estadual, na semana passada, o secretário da Fazenda, Mateus Lunardi admitiu que, com a crise financeira, os serviços oferecidos pela administração
“que já tem dificuldade para atender às necessidades da população, tendem a ficar mais prejudicados ainda.”
Obras previstas para inaugurar nos próximos meses devem demorar mais. Ele é bastante pessimista quando à luz no final do túnel: acredita que a situação só será revertida lá por 2018 a 2019.
Conta que hoje a arrecadação está congelada ao mesmo nível de 2014, com uma queda real de 17% pela inflação.
“Os mesmos R$ 32 milhões de 2014 foram arrecadados em janeiro de 2016”, disse ele.
A folha de pagamentos consome 47% da receita, o mesmo percentual de Chapecó, por exemplo.
O secretário considera um índice alto, mas não vê muita saída para a sua redução (já que para ele o ideal seria chegar a 40% da receita) porque 80% dos servidores atendem áreas vitais como saúde, educação e Assistência Social, impossíveis de serem cordados.
Têm municípios em situação pior
Se comparado a municípios como Criciúma (42%) e Blumenau (45%) esse índice é realmente alto, mas ainda é menor do que o apresentado pelas prefeituras de Joinville (52%), Florianópolis (55,12%) ou Itajaí (60%) onde extrapolam de longe o previsto em lei.
Essas prefeituras citadas tentam dar certo equilíbrio às contas fazendo alguns cortes e até adotando turno único, o que já foi feito também por aqui. Mas, na verdade, é impossível evitar o reflexo nos serviços prestados pois, não há dinheiro para tapar todos os buracos, melhorar as ruas, comprar todos os remédios e mesmo pagar os exames.
O corte nos investimentos é inevitável, tanto que a única saída para a prefeitura local poder continuar tocando as obras está condicionada a venda do terreno da antiga rodoviária. Pois, segundo Lunardi os investimentos foram diminuídos pela metade.
“Se antes a velocidade dos serviços era de 50, agora é de 25”, explicou ele.