O deputado Fernando Coruja criticou a situação da dívida estadual que ultrapassa a soma de R$33 bilhões e a adoção em nosso país do chamado "distritão", para as eleições para deputados e vereadores e disse que está ocorrendo uma desconexão entre os políticos e a sociedade brasileira :
" político de qualidade não atua pensando na próxima eleição e sim na próxima geração e vejo que ninguém está pensando no futuro, nem do Estado, nem do País – vamos pagar um preço alto por isso, nos próximos anos", prevê.
Para Coruja, o Fundam é um projeto eleitoreiro do governo atual.
"Esse valor de R$1 bilhão e 500 milhões que o governo estadual está emprestando do BNDES/BB, com carência de um ano e juros ao redor de 14% ao ano e que terá de ser pago em quatro anos vai deixar para o próximo governo um incremento na dívida que inviabilizará a economia do Estado".
Coruja acrescentou que "esses juros podem soar como os juros do crédito consignado para aqueles que estão acostumados aos juros de cheque especial mas, em se tratando de empréstimos de governo, consideramos absurdamente altos".
Ele disse que é perfeitamente natural que os municípios, neste momento difícil, fiquem aliviados com a chegada desse recurso que será destinado a fundo perdido – R$700 milhões para os municípios e R$800 milhões para obras.
"Quem vai pagar essa conta? Ela fica para os próximos governantes, que terão anos difíceis pela frente, com uma dívida herdada de cerca de R$2 bilhões/ano. Se agora o Estado já não se tem dinheiro para o essencial, para a saúde, para remédios – os doentes de câncer lá em Lages estão sem a medicação necessária para a quimioterapia, faltam recursos para a segurança, o que esperar do futuro?" conclui Coruja.
Ele lembrou que os próprios técnicos do governo já afirmaram que " Santa Catarina tem capacidade de endividamento, mas não tem capacidade de pagamento" e seguem ampliando a dívida.