Os prefeitos da Amures decidiram em assembleia nesta terça-feira (28), decretar situação de emergência em toda Serra Catarinense devido as chuvas dos últimos dias e do acumulado dos últimos oito meses, que resultaram de mais de 2.300 milímetros. Como consequência, a estimativa de perdas só na agropecuária deve resultar em mais de R$ 150 milhões.
Um minucioso levantamento realizado pelas cooperativas agrícolas, aponta perdas de grãos que podem passar de 50% nos municípios de Lages, Campo Belo do Sul e Lages. Os dados foram apresentados aos prefeitos, pelo presidente do Sindicato Rural de Campo Belo do Sul, Alex Manfroi e pelo vice-presidente regional da federação de agricultura e representante de todos os Sindicatos Rurais da Serra Catarinense, Márcio Pamplona.
Segundo Alex Manfroi, as constantes chuvas ainda favoreceram a infestação de pragas e as aplicações de agrotóxicos não tiveram eficácia de controle efetivo. “Só isso já fez elevar o custo de produção. E quem conseguiu fazer a planta se desenvolver, na colheita enfrentou uma situação catastrófica, porque choveu acima da média e não consegui colher”, relatou Alex Manfroi.
A situação é tão grave, que alguns produtores estão abandonando as lavouras. Dados preliminares das cooperativas Cooperplan e Coopercampos, indicam que entre 5% e 10% das lavouras já estão em situação de abandono. “Lavouras prejudicada temos entre 45% e 50%. E apenas 50% das lavouras foram colhidas no tempo certo”, informou Alexa Manfroi.
A precariedade da agropecuária hoje, deixa os produtores sem perspectivas do próximo plantio e o que reivindicam, é o decreto de situação de emergência que pode ajudar na renegociação de dívidas. O presidente da Amures, prefeito de Anita Garibaldi João Cidinei da Silva assumiu compromisso de apoio aos representantes das entidades e disse que um dos impactos da crise na agropecuária, será a evasão rural.
“O êxodo rural poderá ter um salto em toda região, caso não haja socorro urgente aos produtores”, alerta João Cidinei. O senador Jorge Seif participou da reunião dos prefeitos e se colocou à disposição para pressionar o governo federal em socorro dos produtores rurais.