A propaganda eleitoral gratuita no rádio e TV termina nesta quinta-feira. Das muitas pessoas que consultei durante este período, nenhuma delas acompanhou o programa eleitoral na TV. Apenas aquelas acostumadas a ouvir rádio acabaram ouvindo um ou outro programa.
Especialistas já antecipavam que este sistema de propaganda iria perder importância na medida em que cresciam a participação das redes sociais. De fato, há candidatos sem tempo de TV, como Jair Bolsonaro (PSL) e as pesquisas mostram que está na frente da corrida eleitoral. Sem ter gasto dinheiro para isso.
Enquanto que o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin dispõe de espaço vantajoso na televisão, mas mal aparece nas redes sociais. Alckmin arrecadou R$ 51 milhões para a campanha (sendo que quase todo ele do fundo partidário) e gastou 40% dos recursos, R$ 18,8 milhões apenas com o marketing, incluindo ai a produção dos programas. Produziu peças belíssimas com grande qualidade técnica na TV, mas parece que não surtiu efeito algum em termos de soma de votos. Claro que ai também falhou a estratégia utilizada.
O avanço da tecnologia também provoca mudanças em novos hábitos e na nossa maneira de interagir com o mundo.
Se usamos o wahsApp para nos comunicar até com as pessoas dentro de nossas casas, é também pelo celular e as redes sociais que nos chegam as informações de forma instantânea. Não podemos imaginar hoje que alguém pare, sentada em frente a uma televisão para ver o horário de propaganda política.
Veja, por exemplo, que quando o candidato da coligação “Aqui é trabalho”, Gelson Merísio, decidiu dar a notícia-bomba de seu apoio a Jair Bolsonaro, semana passada, usou a live do Facebook para mandar a mensagem. Não esperou gravar o programa do horário eleitoral para dar a notícia.
Em toda a campanha, até aqui, não vi repercussão alguma que dos que os candidatos expuseram nos programas. Os assuntos que repercutiram vieram das entrevistas dadas e nos poucos debates realizados durante o período. Creio eu que este modelo de propaganda já teve seus dias de glória.