Olivete Salmória

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Durante o feriado de Tiradentes, na terça-feira, o vereador Gerson dos Santos (PSD) espalhou pelas redes sociais um vídeo conclamando apoio de todos para pressionar a mesa da Câmara de Vereadores para que coloque em votação o seu requerimento em que reduz 30% dos vencimentos dos vereadores para ajudar nas ações de combate ao coronavírus.

“Nesse momento que tantas famílias estão passando por dificuldades em função do coronavírus, os vereadores de Lages podem votar o requerimento que apresentei para abrir mão do salário e economizar quase R$ 300 mil em três meses”, disse ele.

Chamou atenção para o fato de que a Câmara de Vereadores está se recusando a incluir o requerimento na pauta de votação, simplesmente ignorando a matéria, embora tenha sido protocolada pelo vereador ao dar entrada na Câmara acerca de algumas semanas. E, como já tinha até postado aqui, os demais vereadores fazem vistas grossas à proposta de Gerson. Exceção apenas do vereador Bruno Hartmann (PSL) que posicionou-se com relação ao assunto pelas redes sociais, fazendo a seguinte indagação:

“Me esclareçam uma dúvida, qual imposto seu que vai reduzir com a diminuição do nosso salário? Sua mesa vai ficar mais farta? Seu bolso mais cheio? As vezes parece que o que for de pior para um vereador é melhor para toda uma sociedade,” disse ele. Foi também categórico ao afirmar que não vai reduzir seu salário “para o dinheiro voltar à prefeitura e não saber mais para que fim foi usado”. Hartmann lembrou que a Câmara já designou meio milhão de reais e, feito isso, apenas cumpriu sua obrigação.

“Se a redução do nosso salário for direto para alguma instituição filantrópica ou se puder ser usado pela Câmara para comprar donativos e distribuir direto à população, eu sou parceiro, mas devolver à prefeitura, sem chances!”.

Entendo que Bruno tem razão ao colocar desta forma, uma vez que nem sempre o dinheiro que a Câmara designou de parte de seu orçamento para uma finalidade, atendeu este fim. Lembro aqui o compromisso do prefeito com a compra de um aparelho meteorológico para o aeroporto regional que nunca foi realizado. E, Bruno ainda lembra de como vem se posicionando na Câmara: “Todas as vezes que tivemos votação sobre o aumento do salário fui contra, mesmo perdendo a votação, fiz e faço doação desses valores. E se alguém quiser comprovante das minhas ações e doações, basta pedir que eu encaminho”.

Já o vereador Jair Júnior (PODE) disse ontem que se fosse à votação aprovaria a redução, mas da parte de Gerson é apenas um gesto politiqueiro. “Se ele quisesse mesmo ajudar deveria começar por devolver o dinheiro que gastou na viagem à Brasília para acompanhar o prefeito”, realizada em abril de 2018.

Neste episódio da fiscalização das cestas básicas envolvendo quatro vereadores, como já fez em outra ocasião, a mesa da Câmara foi a público para se isentar da responsabilidade pelo feito por alguns de seus pares. Entendo que de bom tom seria apenas que o presidente da Comissão externa de fiscalização e acompanhamento das ações de combate ao Coronavírus o fizesse, e unicamente para isentar a mesma de envolvimento da ação. E o presidente Maurício Batalha o fez, com propriedade. Mas, daí a direção da casa vir se desculpar publicamente pelo ato de parte de seus membros como se estes não respondessem por seus próprios feitos me pareceu um excesso de zelo que não cabe em um parlamento. E só serve para reafirmar seu compromisso com a situação. Mesmo porque alguns destes vereadores integram a mesa diretora. Portanto, a Câmara não expediu a nota em nome da direção da casa, mas unicamente pelo seu presidente Vone Scheuermann.

Não é a primeira vez que faz isso, saindo em defesa do ofendido, quando se trata, especialmente da administração municipal. E todos nós sabemos de seu envolvimento pessoal com ela. Portanto, sua manifestação ensejou uma nota dos quatro vereadores em questão – Bruno Hartmann, Jair Júnior, Lucas Neves e Thiago Oliveira – em que criticam a instituição

. “Nós fomos verificar uma situação que estava gerando muitas reclamações e denúncias que partiram de dentro da própria secretaria. Em nenhum momento atacamos os profissionais da assistência social, até porque foram alguns desses servidores que motivaram a nossa ida até lá”, lembraram eles. Ao mesmo tempo ambos reafirmam o compromisso de seguir fiscalizando o poder público municipal, “pois fomos eleitos para isso. Doa a quem doer. Não estamos a serviço do prefeito, estamos a serviço da população”.

Ao fazer este comentário não estou aqui defendendo ou criticando a ação dos vereadores e o fato em questão, mas o comportamento da direção da Câmara que se sente na obrigação de vir em defesa da administração municipal sempre que a oposição se manifestar.

A deputada Carmen Zanotto esteve em reunião com o Secretário da Saúde, Helton Zeferino.

Entre os assuntos tratados, as habilitações de novos leitos de UTI, fabricação de respiradores em Santa Catarina e a abertura de novos leitos na ala nova do HTR.

Segundo a deputada federal Carmen Zanotto (Cidadania/SC), esses novos leitos de UTI irão ajudar muito os municípios catarinenses e o país como um todo nas medidas emergenciais de combate ao coronavírus. “Nós ainda precisamos que o Ministério da Saúde libere o restante dos leitos que foram solicitados, nosso principal objetivo é salvar vidas”, destaca a relatora da Comissão Externa do enfrentamento do coronavírus.

Para o município de Chapecó, Hospital Regional do Oeste, são 10 novos leitos; para Criciúma, Hospital São José, são 15; para Florianópolis são três hospitais, o Hospital Universitário com 10 leitos, Hospital Celso Ramos com 8 e o Hospital Florianópolis com 10. Em Tubarão, o Hospital  Nossa Senhora da Conceição ganha 10 novos leitos.

“Somente os recursos e leitos de UTI não são suficientes, também é fundamental garantir os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para os trabalhadores da saúde. Protegê-los é nosso dever”, complementa a parlamentar.

O Governo do Estado informou que há 1.235 casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus em Santa Catarina. O dado foi divulgado pelo governador Carlos Moisés neste sábado, 25, por volta das 12h. A doença respiratória causou 42 óbitos no estado desde o início da pandemia, número que permanece sem alteração desde a última quinta-feira.

Depois de mais de 30 dias em Brasília, a deputada federal Carmen Zanotto retornou ao Estado. Sua primeira reunião foi com o Secretário de Estado da Saúde, Helton Zeferino, na tarde desta sexta-feira.

Carmen é relatora da Comissão Externa do Coronavirus na Câmara Federal.