É o absurdo do desmando o que aconteceu na Câmara de Vereadores de Bocaina do Sul. Uma série de irregularidades marcou a eleição do novo presidente do legislativo. A começar com a data da realização.
O regimento interno determina que ela aconteça na última sessão do ano. Mas, foi realizada no dia 22 de novembro, faltando três sessões para o termino dos trabalhos do ano.
Neste dia, dois vereadores licenciados que integram o secretariado do prefeito Luiz Schmuler – João Tadeu Assink (MDB), secretário da Administração e, Maryana de Liz (PP), secretária da Saúde – apareceram no início da sessão, sem prévio anúncio, e retomaram suas vagas na Câmara para surpresa dos suplentes que ocupavam as vagas: Soraia Schlichting (MDB) e Laércio Schlemper (DEM).
João Assink (Jaga) se candidatou à presidência e foi eleito uma vez que dos nove vereadores só dois são oposição. No final da mesma sessão, ambos os vereadores se licenciaram novamente para retomarem seus cargos na prefeitura.
Foi uma manobra feita no melhor estilo dos governos que tendo a maioria conduzem o processo ao seu bel prazer, sem medo de represálias. Passam por cima dos regimentos e atropelarem quem estiver a sua frente para chegar aos seus objetivos. Não conheço com detalhes o regimento interno da Câmara de Bocaina do Sul. Mas a julgar pelas demais, o presidente do legislativo precisa estar exercendo seu mandato, isto é, estar na Câmara.
Nada impediria que retomasse sua cadeira para votar na eleição. Muitos deputados também fazem isso. Mas uma vez candidato e eleito, terá de permanecer na casa. Quero crer que está se licenciando agora para retornar, em definitivo, lá em fevereiro quando terminar o recesso. E só pode ser assim, uma vez que seu suplente não pode assumir seu lugar na mesa da Câmara.
De qualquer forma, mesmo os vereadores da base de governo estranharam, sobretudo, a antecipação da escolha no novo presidente, e a oposição está agora tentando anular a eleição feita intempestivamente.