Lucas repudia proposta de proibir reflorestamento com pinus na Serra

“Essa proposta é descabida e sem propósito. Peço que essa ideia não avance aqui na casa”, declarou o deputado Lucas Neves (Podemos) na tribuna da Alesc nesta quinta-feira, ao se posicionar contra a proposta de proibir o reflorestamento com pinus em algumas áreas da Serra Catarinense.

Santa Catarina é o maior produtor e exportador de madeira serrada do Brasil. O estado ocupa o quinto lugar em base florestal plantada, com 16 mil produtores de pinus e mais de 100 mil empregos diretos no setor. Somente na Serra Catarinense são 20 mil postos de trabalho.

“Uma Lei Federal do ano passado já retirou a silvicultura da lista de atividades causadoras de degradação ambiental. Da mesma forma, o Conselho Estadual do Meio Ambiente de Santa Catarina, com base em entendimento técnico, científico e jurídico, retirou a necessidade de licenciamento ambiental para o cultivo do pinus. É importante ressaltar que o setor agroflorestal já enfrenta uma legislação bastante dura; ou seja, não existe necessidade de apertar ainda mais”, destacou Lucas.

Neves citou ainda que a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC) está preocupada com o texto que o deputado Ivan Naatz quer aprovar. Em nota, a FIESC sugere que essa legislação vai contra a liberdade econômica garantida pelas leis brasileiras, pode prejudicar economicamente pequenos produtores rurais e causar custos desnecessários ao Estado.

“A proposta vai gerar prejuízos aos setores florestal, serrarias, moveleiro e indústria de celulose e papel. No estado, 97% da madeira destinada à celulose e papel é de pinus e 80% de toda a produção da indústria de madeira sólida e painéis provém de florestas de pinus. Só o setor moveleiro arrecada mais de R$ 200 milhões em tributos. Além disso, a lei vai na contramão do agronegócio. Os produtores catarinenses precisam ter liberdade para cultivar o que bem entenderem em suas terras”, destacou o parlamentar.

O discurso do presidente da Bancada da Serra teve apoio de outros deputados estaduais em plenário. Um estudo de 2019 do Centro de Ciências Agroveterinárias da Universidade do Estado de Santa Catarina (CAV/Udesc) revelou que a área total de florestas plantadas em Santa Catarina é de 828,9 mil hectares, sendo 67% com pinus e 33% com eucalipto. Segundo o setor, a silvicultura teve uma redução de mais de 100 mil hectares nos últimos 10 anos. Terras anteriormente ocupadas por pinus e eucalipto agora são destinadas ao cultivo de soja, milho e pastagem.

10 comentários em “Lucas repudia proposta de proibir reflorestamento com pinus na Serra”

  1. Nossos empresários e deputados depredadores, só querem eles acabarem com o meio ambiente, que já está a beira do colapso e depois não reclamem das oscilações climáticas.Mas a regra é acusar a esquerda d degradação ambiental.

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    • Mas plantar árvores é degradação ambiental ou fixação de carbono? Produtor rural é o que mais preserva o meio ambiente; já “doou” ao estado 20% de sua área em reserva legal, preserva as áreas de preservação permanente e de uso restrito; quem deve decidir qual atividade cultivar em sua área consolidada é o proprietário.

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    • Sim, a esquerda é incompetente em tudo que faz. https://www.wwf.org.br/?87680/Desmatamento-migra-da-Amazonia-para-o-Cerrado-em-2023-indica-Deter
      Por sinal, na semana dos namorados, teu Deus Lula está passeando na Itália, ao custo de 75 mil reais a diária do hotel. A Deusa Janja, compra tapete de milhares… Tudo isso ao custo do pobre trabalhador, que eles tentam alienar o tempo todo para se perpetuar no poder e, assim, gozar eternamente dessas benesses. E por incrível que pareça, tem trouxa que defende e idolatra.

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  2. Mais uma vez Lages sendo vítima da inoperância e incapacidade de seus administradores. Outrora refém do pinheiro araucária, e por incompetência ou falta de vontade mesmo, não se atreveram a diversificar a economia, fazendo com que a economia local sucumbisse quando essa matéria prima acabou. Veio a era pinnus Elliot, e novamente incorreram no mesmo êrro. Se apegaram a essa cultura, mais uma vez não tiveram inteligência para outra vez, diversificar a economia. A verdade é que, esses plantios em grande escala causam sim vários problemas, sendo o maior deles, o extermínio de fontes de água, de açudes e lagoas, pois essas árvores precisam de quantidade muito grande de água para seu desenvolvimento. Os prejuízos que causam ao solo são reais. Só que isso é assunto para quem realmente entende . Esse deputado que propõe, deve ter ouvido alguém “falar”. Do outro lado esse neves querer retrucar, soa cômico, pois nenhum dos dois entende patavinas nenhuma! Que seria um baque na nossa economia, também é indiscutível, mas repito, isso é assunto para entendidos e não para deputadozinhos que só querem holofotes. Defendo que cada proprietário defina o que é melhor para sua propriedade, sem interferência externa.

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    • Só pra refletir….se a cada pinheiro cortado nos idos de 60/70 e até 80, um único pinhão tivesse sido plantado, a situação atual seria bem diferente! Mas a ganância do homem, e a inoperância dos políticos cegaram os homens!

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  3. Há uma dissociação cognitiva quando de diz “reflorestamento” com pinus. Trata-se de espécie exógena à fauna. Não há re-florestamento com uma espécie que nunca foi floresta nos locais onde é plantada. Sem falar no consumo hídrico da espécie que sabidamente é ávida por água e extingue rapidamente os cursos d’agua contidos em sua proximidade.
    Logicamente ao Estado interessa a arrecadação e isso é demonstrado através das suas isenções, concessões e vedações. Interessante ver que as organizações responsáveis pela expansão da cultura do pinus utilizam áreas com mata nativa, adquiridas dos proprietários asfixiados pelo Estado, para cumprir sua ‘cota’ de preservação.
    A alardeada geração de empregos na verdade beneficia mais ao Estado do que ao cidadão pois como sabemos o emprego outorga ao Estado o sequestro de parte do salário do trabalhador, ao passo que na modalidade anterior como agricultor familiar a arrecadação é menor. Isso quer dizer que estará tudo maravilhoso se o índice de desemprego estiver próximo do zero mesmo com a população sem poder de compra e sem capacidade de poupança ? É preciso maturidade para atuar na gestão pública, do contrário a pobreza aumentará e o assistencialismo avançará assustadoramente.
    Como já é de conhecimento de todos: Tudo o que um político lhe oferece, já era seu e foi tomado.

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