Conselho ligados à cultura se reúnem para analisar a situação do Teatro Marajoara

O Conselho Municipal de Políticas Culturais (CMPC), juntamente do Conselho Municipal de Patrimônio Artístico e Cultural (Compac), reuniram-se na tarde desta terça-feira (25 de outubro), a convite do superintendente da Fundação Cultural de Lages (FCL), Gilberto Ronconi, Giba. A reunião aconteceu no cine teatro da Pracinha da Cultura (Praça do Ceu) e contou com a presença de conselheiros e agentes culturais de várias vertentes na cidade. Em pauta a atual situação do Teatro Marajoara, que está com as portas fechadas para o público desde o dia 30 de setembro.

O superintendente explicou a todos os presentes as situações que culminaram no fechamento do teatro. O espaço vem sendo locado ao Município pela empresa Mario Leopoldo dos Santos, do saudoso Mario Pintado, com valor mais recente de 20 mil reais por mês, há mais de 20 anos, tendo início no ano 2000. Desde então foram feitas restaurações, sempre atendendo à lei de tombamento histórico/cultural.  “Há dois anos mudou a administração do teatro e desde então começamos a ter dificuldades e divergências, principalmente após o falecimento do seu Mario Pintado”, relata Giba.

Membros da família alegam existir uma dívida por parte da prefeitura, a qual iniciou um processo administrativo na Auditoria Geral e Controladoria Interna e não constatou nenhuma pendência quanto aos pagamentos dos alugueis. Todos os atrasados foram pagos no dia 14 de setembro, no valor total de R$205 mil, sendo que o contrato iria até o dia 30 de setembro, e deveria ser renovado. “Pedimos a eles que apresentassem uma planilha destas pendências, e não recebemos nenhuma resposta. Se realmente tivéssemos devendo algo, com certeza pagaríamos, mas não foi isso o que aconteceu”, explica o superintendente.

Para surpresa de todos os colaboradores municipais do teatro, no dia 30 de setembro uma das herdeiras do teatro lacrou o espaço, impedindo que a administração buscasse todos seus bens patrimoniais, desde sonorização, cortinas, móveis dos camarins, iluminação e um piano, que pertence à prefeitura.

Foi ingressado com uma liminar na justiça, a qual foi concedida e a proprietária tem um prazo para abrir o local e deixar que todos os bens sejam resgatados, incorrendo multa de mil reais ao dia pelo descumprimento. “Temos interesse em continuar com a locação, pensando na comunidade que utiliza deste espaço com tanta história e memórias afetivas aos lageanos. Caso não seja possível, vamos buscar outras formas de continuar com o Teatro Marajoara sempre com as portas abertas, através de tentativas junto ao Ministério do Turismo, através da Secretaria de Cultura, da Fundação Catarinense de Cultura e Ministério Público. Vamos a todas as instâncias para que este equipamento cultural não seja perdido”, afirma Giba.

Até que a situação seja amenizada ou resolvida, a Fundação Cultural de Lages prestará apoio a todos que tinham agenda no Teatro Marajoara até o final do ano. Estão sendo buscados outros locais, desde teatros menores até auditórios, para que todos sejam amparados e possam realizar suas apresentações.

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