Jornalista Nei Manique, de Criciúma, escreveu sobre Lages:

Lages dos Prazeres

Passado e presente no jeito lageano de ser e receber

07 Dezembro 2021 | Terça-feira 10h23

Na metrópole do Planalto catarinense, o antigo e o moderno se apresentam justapostos e a cordialidade lageana encanta quem pisa pela primeira vez na cidade. As peculiaridades de Lages, aliás, remontam à sua fundação em 1766 como entreposto comercial numa rota lincando Porto Alegre a São Paulo.

A conexão viária explica por que o lageano, declarado gaúcho raiz, costuma substituir o “tu” por “você”. Justifica também a instalação do Batalhão Ferroviário do Exército, responsável pela abertura do traçado da atual BR-116.

Da Vila Nova dos Prazeres, núcleo implantado pelo português Correia Pinto na localidade de Lagens, resultaram os nomes da paróquia e atual Catedral Nossa Senhora dos Prazeres.

Erguido com pedras e no estilo gótico entre 1912 e 1921, o templo foi projetado pelo frei alemão Egydio Lother. A inspiração homenageou a primeira edificação com esse design na Alemanha, concluída em Magdeburg no início do século 13.

O porte e as paredes rústicas contrastam com a área interna pequena para uma catedral, mas engrandecida pela exuberância de seu piso e por vitrais de tirar o fôlego.




O rigor do inverno aliado a temperaturas amenas nas noites de verão convertem praças e parques em paixão local. Com sua “orquestra” de chafarizes, o calçadão da Praça João Costa abriga rodas de bate-papo e eventos frequentes.


Com espaço maior, o Parque Jonas Ramos – conhecido por Tanque – é local de caminhadas e atividades esportivas. O entorno do lago agrega quadra de esportes, parque infantil, academia de ginástica e biblioteca.

O apelido retroage à fundação, quando moradoras da vila se reuniam ali para lavar roupas. Protegidas por muros de taipa bancados por Correia Pinto, elas ladeiam o fundador no Monumento às Lavadeiras.

Chama a atenção de quem visita Lages a coexistência de casarios e projetos arquitetônicos arrojados. Em cada esquina ou travessa, resistências e avanços travam um frenético diálogo.





O potencial turístico de Lages, claro, está sobretudo na área rural, excluída pela agenda apertada em meu primeiro giro. A principal impressão ou lembrança da cidade, entretanto, brotou do  contato com a população. Educação e simpatia perambulam de mãos dadas e parecem  intimar um retorno. No que me diz respeito, “tornerò”.

Escrito e fotografado por Nei Manique

1 comentário em “Jornalista Nei Manique, de Criciúma, escreveu sobre Lages:”

  1. Uma preciosidade esta reportagem e essas fotos! É Lages vista como olhos de águias, enxergando as belezas da nossa cidade e o valor de seus habitantes! Importante frizar que a leitura é de um jornalista de Criciúma! Para se pensar!

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