O governo e as obras inacabadas

Deveria haver uma lei que obrigasse os governantes a darem continuidade às obras iniciadas pelo seu antecessor e fossem responsabilizados judicialmente pelos seus términos.

Não é mais possível continuarmos impassíveis diante de certos disparates: obras em andamento ou em conclusão que, abandonadas, ficam sendo deterioradas pelo tempo ou pelo vandalismo. Temos alguns casos bem emblemáticos aqui em Lages, como o Ceim do Promorar/ Bela Vista. Esta semana, agricultores e moradores da região realizaram protesto, fechando parcialmente a rodovia estadual SC-390, trecho de 25 quilômetros entre os municípios de Anita Garibaldi e Celso Ramos, na Serra catarinense.

A obra de R$ 38 milhões iniciou em fevereiro de 2017, mas está parada há meses devido à falta de pagamento à empresa Planaterra, que venceu a licitação. Nem a manutenção da estrada está sendo feita, deixando a rodovia em péssimas condições de tráfego, com muita lama e buracos oferecendo riscos para quem a trafega.

É bom lembrar que esta obra é reivindicada há anos e só iniciou depois de muita pressão, no governo Raimundo Colombo. Não há ainda nenhum trecho asfaltado: parou na fase de abertura e alargamento da estrada, que é de chão batido.

É revoltante a situação porque a paralisação das obras traz sérios prejuízos à população e aos cofres públicos, já que devido ao abandono muita coisa está se deteriorando e terá de ser refeita. Conforme lembrou o deputado estadual Dirceu Dresch (PT) nesta semana, “a situação de abandono da obra da SC-390 não é um caso isolado. Em todas as regiões houve o abandono das rodovias estaduais e isso é um reflexo da má gestão do Estado nos últimos governos, que resultou em uma grave crise financeira. Para o orçamento do ano que vem o governo já prevê um déficit de R$ 2 bilhões. Este ano o governador Pinho Moreira admite que vai deixar R$ 700 milhões em dívida com fornecedores.  É lamentável essa situação em Santa Catarina, com obras abandonadas, com infraestrutura precária, com problemas em todas a áreas e o Estado endividado," disse ele.

 

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