O impasse para as mudanças do trânsito com a implantação do binário –Frei Gabriel só descendo até a D. Pedro II e as ruas Caetano Vieira da Costa e Coronel Córdova somente subindo – não terminou com o anúncio de que será adiando para o dia 2 de janeiro, “para atender as ponderações dos comerciantes da rua Frei Gabriel”, feita pelo prefeito Ceron. Na realidade, as ponderações dos comerciantes não foram ouvidas pela simples razão de que não foram consultados.
E também desde o início se posicionaram contra a medida. Na realidade a prefeitura já fez gastos por conta do binário, implantando semáforo e instalando rótula. Diante da situação, os comerciantes da Frei Gabriel se reuniram na quinta-feira, estando presente também o vereador Jair Júnior (PSD) e o suplente de vereador Sargento Sobrinho (DEM) e convidaram o consultor de trânsito, Adailton Camargo.
Decidiram se mobilizar para impedir a implantação do binário e exibir faixas nos estabelecimentos, colocando sua posição (Digo não para a alteração do trânsito na rua Frei Gabriel. Não fui consultado). Um protesto silencioso. Segundo os responsáveis pela alteração, o binário já estava previsto em estudo técnico realizado em 2010. Mas em 2010 Lages encerrou o ano com 75.850 veículos registrados, sendo que atualmente conta com 110.292.
Adailton observou que “Se existisse um conselho municipal de trânsito devidamente formado e atuante, que realizasse reuniões (ao menos quinzenais) para discutir o tema, certamente não teríamos o problema que esta futura alteração de trânsito está causando”. Explicou que o Estatuto das Cidades (Lei 10.257/2001) em suas diretrizes gerais cita que deve existir uma gestão democrática por meio da participação da população.
E a Política Nacional de Trânsito também estabeleceu diretrizes e uma delas é a promoção da cidadania, com a participação e a comunicação com a sociedade. Isso não aconteceu segundo os afetados pela alteração e usuários da via.
Já está circulando um abaixo-assinado contra a implantação do binário.