Hospitais negam que escondem leitos e secretária diz que a falta de leitos vem crescendo absurdamente

 

Os diretores dos dois hospitais de Lages: Fábio Lage do Nossa Senhora dos Prazeres e Beatriz Montemezzo, do Hospital Tereza Ramos; o secretário Regional João Alberto Duarte, a secretária da Saúde,  Odila Waldrick e a responsável pela Central de Regulação dos Leitos, Juliana Oneda, estiveram na Câmara de Vereadores, ontem (03) a pedido do vereador João Chagas, para explicar a razão de estar havendo tanta falta de leitos. E, também para responderem à denúncia de que os hospitais escondem leitos para atender os casos particulares.

Central regula três vezes ao dia a ocupação dos leitos

 

– “Não existe possibilidade de esconder leitos porque é feito um boletim diário. E se não tem mais leito aqui vamos atrás de outros locais da região. Se recorre muito a Rio do Sul. Preocupação é diminuir o tempo de espera do paciente,” disse Juliana.

 

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Beatriz Montemezzo confessou que eles "também vivem esta angústia da falta de leitos”. Se pudesse multiplicariam os leitos para atender a população.

“Jamais tivemos leitos reservados para atender particulares.  Quem define quem vai ocupar os leitos é a central de regulação de leitos.  Os leitos vazios decorrem no tempo de espera entre a saída de um paciente e até a chegada de outro. Isso incomoda, pois as vezes leva de quatro a cinco horas. Um paciente de Anita Garibaldi liberado as 8 horas da manhã, as vezes os familiares só vem buscá-lo às 5 horas da tarde. Há também o caso de paciente que não pode compartilhar o espaço com outros e, em função da gravidade e tipo de enfermidade, se faz necessário bloquear os demais leitos deste quarto.”

 

Hospital Nossa Senhora dos Prazeres só tem 100 leitos contratados pelo SUS

 

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O diretor do Nossa Senhora dos Prazeres, Fábio Lage, disse que neste hospital …

“pouco sobra para ser regulado porque atende a urgência e emergência de toda s região. 100 leitos são contratados com os SUS. Doze está em reforma para implantação do Centro Integral de AVC. 10 são de UTI.  Nós temos um limite de estrutura. Há projeto para ampliação mas demandam recursos. A central é informada através de relatórios três vezes ao dia. Então não tem possibilidade de se esconder leitos do SUS.”

 

Falta de leitos vem crescendo absurdamente, diz Odila

 

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A secretária da Saúde, Odila disse que o assunto não vai se esgotar tão fácil:

“Temos várias fragilidades, inúmeros problemas e criados no dia a dia. E, temos dificuldade extrema de leitos e isso vêm crescendo absurdamente. Chegamos a ter no pronto atendimento 15 pessoas esperando um leito. Infelizmente o Pronto Atendimento se transformou em um hospital. Alguns pacientes permaneceram até três quatro dias. Lá não é um hospital, não tem chuveiros, serviços de copa ou rouparia. A dificuldade é extrema e não temos mais como alojar paciente lá dentro. Já foi montado uma emergência lá dentro, mas lá não é um hospital”

A implantação da Central de regulação foi a melhor coisa que aconteceu. Não se recebe mais os pacientes de consultórios ou que não seja aqueles que estejam aguardando.

A saúde passa por dificuldades, mas o que mãos me preocupa são a falta de leito de psiquiatria.  Nos não temos leitos de psiquiatria e temos 18 pacientes aguardando internamento.

Quando a emergência do Nossa Senhora dos Prazeres apresenta superlotação os traumas menores também vão para o Pronto Atendimento. No caso das unidades Básicas de Saúde, das 26 unidades temos 11 sem médicos, somente com o médico de produção. E os médicos do pronto atendimento também estão estressados, pois têm de atender um paciente a cada 9 minutos. O número de atendimentos do Tito Bianchini cresceu muito a ponto de atender 9 mil pessoas por mês.” 

 

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