Um funeral que levanta a questão da contrapartida das funerárias na concessão do serviço no município

Pessoal! Estou de plantão no jornalismo neste final de semana. hoje pela amanhã (domingo) recebi um pedido de socorro, uma família que foi fazer o sepultamento de um ente querido seu, se depararam com uma cena muito triste na capela do Cemitério da Penha. Uma senhora estava velando seu esposo na referida capela e era extremamente carente. Fui até lá e ouvir o que ela precisava.
Ela me relatou o seguinte:
 
Seu esposo estava sentindo fortes dores no abdômen desde domingo passado onde foi ao pronto atendimento  fizeram raio-x e recebeu medicação para dor e disseram que poderia ser rins. Voltaram para casa e o estado dele só piorava. No início da madrugada deste domingo ele veio a falecer em casa. Chamou então a funerária que pediu R$ 450,00 para início dos procedimentos. Mas ela não tinha nem dez reais. Os profissionais do serviço funerário embarcaram no carro e foram embor. pois ela não tinha os valores exigidos para tal.
Foi então acionada a prefeitura que, por volta das 5h30 da manhã,​disponibilizou um caixão fabricada pela própria prefeitura, e disponibuilizou a capela do cemitério da Penha que está praticamente  desativada devido a vários problemas.
Quando cheguei próximo ao corpo confesso Que fiquei chocado com a cena que vi:ele estava com os olhos abertos, a boca aberta sem receber nenhum tipo de cuidado. Então liguei para os secretários de Meio Ambiente e de  Assistência Social. O secretário Euclides Mecabô deslocou um servidor que foi até lá para ver o que era necessário e então pedi para que aliviassem um pouco do sofrimento daquela mulher e daquela criança antecipando a abertura do túmulo cedido pelo município para que sepultassemos antes do meio dia com o consentimento da família.
A pedido da esposa consegui falar com o padre Roberto da paróquia sagrada família onde o mesmo largou tudo o que estava fazendo e veio até a capela para fazermos ao menos um momento de oração e despedida para dar um pouquinho de conforto a família.Ele foi sepultado por volta de 13h00.
Colegas de imprensa fiz este relato por que acredito que esta  situação  é um caso emblemático na cidade, sei que igual a este existem tantos outros infelizmente, mas penso que deve existir uma solução para tais situações de tão grande vulnerabilidade social. Não consigo aceitar que, por mais pobre que uma pessoa seja, não tenha o direito de ao menos ter um velório digno.
 
Daniel Goulart
 
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Daniel, que acompanhou o drama vivido pela família para o sepultamento de seu ente querido, ficou muito sensibilizado com o ocorrido e questiona o fato de que a funerária que atendeu, não oferceu a família nenhuma alternativa (algum parcelamento e um funeral mais em conta).
 
Daniel, assim como eu, questionamos se ao conceder a exploração deste serviço a legislação não exija alguma contrapartida das funerárias para atendimento social dos menos favorecidos.
 
Se abre ai o questionamento para que os vereadores discutam o assunto e busquem alternativas e até mudanças na legislação.
 

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