Diretor do Industrial expõe sua preocupação com a violência nas escolas

 

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INDISCIPLINA E VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS

A violência nas escolas é uma realidade vivenciada tanto para os profissionais da área, como pelos próprios alunos. Já ultrapassou os limites das classes sociais, das faixas etárias e dos portões das instituições de ensino. Um dos principais motivos para a ocorrência dos casos de violência na sala de aula é a falta de limites impostos pelos pais, que contribui para a formação de indivíduos que não respeitam as normas e convenções sociais e principalmente humanas. Muitos pais se sentem culpados em levar os filhos cada vez mais cedo para a escola, e quando elas voltam pra casa, uma forma de compensação é fazer todas as suas vontades. Ou casais separados, que para compensar a falta do pai ou da mãe, super protegem seus filhos, ou mesmo filhos que convivem em lares violentos, entre outras causas. Ensinar não é fácil e educar mais difícil ainda, neste sentido, não ensina e não educa quem não define limites, quem não constrói democraticamente as linhas do que é, e do que não é permitido. E continua o educador advertindo que "o aluno precisa ouvir NÃO, e muitas vezes, a palavra firme do professor substitui a fragilidade com que as negações são trabalhadas na família. Nós educadores não podemos hesitar em dizer um não. Temos presenciado no dia a dia a existência de pais que satisfazem todas as vontades dos filhos, e quando chegam à escola acreditam que podem tudo e apresentam grande dificuldade em aceitar o "não" do professor. É extremamente importante que o professor seja firme. Não significa que com isto tenha que ser autoritário, mas deve ter firmeza ao estabelecer limites, não devendo voltar atrás naquilo que foi proposto. Outra faceta da violência é o bullying, que está presente no dia a dia da escola, como um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem um motivo evidente, causando sentimentos negativos como raiva, angustia sofrimento e em alguns casos queda do rendimento escolar, resultando em insultos, intimidações, apelidos constrangedores, gozações que magoam profundamente, levando à exclusão, danos físicos, psíquicos e danos na aprendizagem. Há algum tempo, assim como os alunos, os professores também têm sofrido no dia-a-dia das salas de aula toda sorte de violências, ameaças e assédio moral da parte de alunos, pais e até dos gestores das escolas. Muitos educadores se sentem acuados, quase sempre evitam denunciar a situação. O Brasil hoje é um dos primeiros países do mundo em violência dentro das escolas, e a indisciplina é fruto também desta violência, onde o professor de cinco horas de aula, perde quase uma hora, só para organizar a sala e coloca-la em ordem. Na Coréia, a denuncia de violência é praticamente zero, por isso, cresce a cada dia, podendo superar até os Estados Unidos, lá a educação é prioridade, ou seja, levada a sério. Enquanto nós educadores, estivermos sendo encurralados pela indisciplina e violência dentro das escolas, fica cada vez mais difícil termos uma educação de qualidade. Enquanto a educação estiver em segundo ou terceiro plano neste país, teremos que conviver com a violência e a indisciplina e presenciar a depredação das escolas, como temos visto aqui em Lages, com assaltos e abusos. Diante do exposto, fica uma reflexão e a vontade de contribuir, para que esta realidade seja transformada, pois não podemos perder o sonho de termos a escola na qual acreditamos e buscamos.

ARMANDO JOSÉ DUARTE

Diretor Geral do Industrial de Lages

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