Associações de Moradores se assemelham aos comitês eleitorais em ano de eleição

 

Fato ocorrido em dezembro é uma prova do envolvimento das lideranças comunitárias no processo político.

 

Marcando posição antes que 2016 inicie e se veja impedido pela legislação vigente, a Associação de Moradores do Bairro da Penha, realizou uma enquete, no final de semana anterior, para auferir de que lado estão as lideranças dos bairros nas eleições do ano que vem. A iniciativa foi do presidente da associação da Penha, Volni dos Santos, com o objetivo de antecipar a discussão de candidaturas e até dar sinal das perspectivas de cada um dos nomes que aí estão postos.

A proposta era abrir a votação do presidente e vice de cada associação. Para começar, chamou apenas 50 das 71 associações de bairros constituídas. No universo pretendido seriam uma enquete envolvendo 142 pessoas. Como chamou apenas 50 associações, 100 lideranças iriam opinar. Contudo compareceram apenas 30 (os votos: Antônio Ceron(12), Marius Machado(6). Elizeu Mattos(4), Arnaldo Moraes(2), Gabriel Ribeiro(2), Godinho(2) e Carmen Zanotto (1)) e mesmo assim, ainda ouve um voto nulo. O resultado nem vem ao caso, uma vez que poderia indicar uma tendência, mas ao mesmo tempo retratar nada mais do que a posição política de um grupo de lideranças alinhadas.

 

Sem considerar que também são obscuras as intenções desse presidente ao querer expor o envolvimento político desses presidentes de bairros.

Cientes que hoje as associações de bairros são a porta de entrada dos partidos e sobretudo dos candidatos, nos bairros da cidade, os presidentes dessas associações tentam vender seus passes, numa espécie de leilão de quem dá mais, seja em favores pessoais ou para a comunidade.

 

E, os partidos tentam cooptá-los para que atuem como cabos eleitorais. É assim que, a maioria dos presidentes acaba, mais cedo ou mais tarde, sendo também candidatos, transformando as associações em grandes comitês eleitorais.

Contudo, há que se considerar que essas lideranças exercem influência na comunidade onde estão inseridas, mas também tem seus adversários no próprio meio em que residem.

Se assim não fosse, seria muito fácil vencer uma eleição. Mas, não há dúvida que influenciam, especialmente nos primeiros contatos, a partir daí vai depender muito mais da equipe do candidato fazer o resto. 

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