Devo concordar com a secretária de Turismo que, para incrementar o turismo durante a Festa do Pinhão, não interessa muito aqueles que vêm em busca somente dos shows. Eles lotam o parque, mas não deixam dinheiro aqui, pois fazem um bate e volta. O fato é que os shows nacionais não podem caracterizar uma festa que visa divulgar nossa cultura e tradições. Eles acontecem em qualquer lugar e não têm identificação alguma com nossas tradições e costumes.O turismo deve defender iniciativas que busquem divulgar a nossa cultura e que façam com que as pessoas que aqui vêm venham em busca disso. Se o que importa é apenas atrair público, certamente o modelo antigo é o ideal. Mas será que é isso mesmo que queremos? Eu acompanhei a Oktoberfest por muitos anos. Morei em Blumenau durante seu auge, e a cidade se enchia de turistas. Um turista predador que, além de deixar um rastro de lixo por onde passava, mostrava desprezo pela população, a ponto de jogar garrafas cheias de xixi nas pessoas por onde o ônibus passava. Abaixavam as calças e colocavam o bumbum nas janelas dos ônibus. Chegou a um ponto em que um morador, cansado de ver tais abusos, sacou de seu canivete e ficou esperando o ônibus passar, riscando os bumbuns expostos. A festa atraía um público imenso, a ponto de interferir no dia a dia da cidade. Também passou a constar do calendário de marginais de toda a estirpe, de outros locais do estado e fora dele. Os próprios blumenauenses entenderam que o evento estava fugindo do seu propósito, que era promover o congraçamento da população e promover sua cultura, e a decisão foi retornar ao modelo original. A Oktoberfest não deixou de ser uma grande festa, mas sem os incômodos e transtornos que a estavam caracterizando. O foco não ficou apenas na atração de mais e mais turistas, mas sim na qualificação melhor do público do evento. Acho que o que nos interessa é justamente um turista que esteja interessado em conhecer a Serra e, especialmente, Lages, seu povo, suas atrações e sua cultura.
Mesmo que nossa festa, não passe aos olhos de alguns, de apenas uma quermesse.
Concordo plenamente !
Não concordo. Se em 2026 a Festa do Pinhão continuar nos moldes desse ano, será um fracasso novamente. O turista que vem nos shows ele tem grana e gasta sim no comércio , nos hotéis e restaurantes da cidade. A própria Expovale que aconteceu recentemente lá no Parque, já foi infinitamente maior que a Festa de quermesse do pinhão deste ano.
ExpoLages e não Expovale. kkkkkk
O pessoal que reclama do modelo utilizado em 2025, são aqueles que iam no parque nas noites gratuitas, se entrecheiravam nas casinhas de rádios, tvs, entidades e na do prefeito, comiam bebiam de graça sem gastar um real dentro do parque.
E efetivamente foi, uma quermesse.
Qual a cultura de Lages?
Uma cidade que cresceu em cima de escravos, com latifundiários e elite se alternando no poder. Povo lageano, no qual habitava aqui, foram mortos pelos bugreiros e os poucos que sobraram foram enviados para o Vale do Itajaí.
Qual cultura vamos mostrar aos turistas?
Uma cidade que a cada ano derruba seu patrimônio histórico, nega seu passado, esconde de onde veio.
Lages não tem cultura própria. O que temos é um pequeno grupo que copia as vestimentas dos gaúchos e reproduz aqui como se fosse nossa.
Triste realidade de Lages.
Aquele velho jargão de para-choque de caminhão: quem não conhece o seu passado, está sujeito a repeti-lo.
Verdade Guilherme, derrubamos patrimônio histórico para construir galpão de garagem, fiz esta discussão com Willy Brum um dia. O que temos é uma pastiche do Rio Grande e uma arquitetura vulgar pra moradias. Um comerciante bolsonarista que paga pouco e um direitismo latifundiário que não conhece o BABA. Estamos fodidos e mal pagos. E de-lhe cultura de Itapema e Camboriú.
Muito bem Guilherme, na festa que passou,em um show dos cantores tradicionalistas ali na praça! Observei isso! TDS com trajes gaúchos, pensei que estávamos no mínimo em Vacaria!!
Lages não tem mais “vida noturna” no centro. Passou das 19 fecham até as lanchonetes e padarias. A cidade mudou pra pior. Empobreceu. Portugas, Barrancos Bar, 900 Bar e Boate, Big Bolin, Olho d água, etc. Tantos locais de entretenimento noturno, que atendiam toda uma demanda no lazer, por exemplo, e traziam divisas, divulgavam a cidade, atendiam mais de 17 municípios. Foi o setor público meter o bedelho querendo assumir o protagismo em eventos, ferrou. O setor público não entende nada de povo, de gente, da população de mais de 70 bairros, nem dos habitantes da região.
Houve um comércio forte em Lages, hj esvaziou a galeria Augusta, por exemplo. Outros comércios autóctones, sucumbiram : Café Ouro, Lanchick, Texas Bruguer, no centro, dentre outros. O comércio local, praticamente acabou. Era uma cidade histórica, comercial, ferroviária, da Festa Nacional do Pinhão, universitária, pulsando jovialidade e vanguarda até os anos 90. A cidade do Inter de Lages. Essa era a cultura e a força lageana. Viramos uma cidade de atacadoes, farmácias e lojas de importados, na sua maioria, com raras exceções. E continuam esvaziando salas comercias no centro. Muitos erros ocorreram nos últimos 30 anos em Lages, desenvolveram e modernizaram a maioria das cidades de SC fora da Serra. Lages foi a cidade pioneira no turismo rural. Hj tem até em Palmeira, em Urubuci o turismo despontou e São Joaquim tbm. Lages vem negligenciando suas potencialidades. Tem que investir mais na sua gente, na evolução da cidade, o que consequentemente traz divisas, visitantes e como resultado a interlocução com outras pessoas, realidades, tudo isso gera aprimoramento de uma região. No Vale Alemão falava-se apenas de Blumenau, já hj mudou, Brusque, Jaraguá, até Rio do Sul evoluiu bastante, todas as cidades estão bonitas. O oeste antes era só Chapecó, o meio Oeste está bonito e evoluído tbm, o sul . A região de Florianópolis, só a Serra parou no tempo. A nossa marca maior é a Festa Nacional do Pinhão. Um patrimônio de Lages, que vem sendo maltratado como todo o resto que nos identifica como serranos, infelizmente.