As vítimas são mãe e filho. O agressor assumiu a tutela dos dois depois que o irmão morreu e aproveitou-se da relação de autoridade que passou a exercer sobre eles para praticar atos libidinosos e satisfazer a própria lascívia.
Um morador da Serra catarinense foi condenado a 54 anos, cinco meses e 10 dias de prisão por abusar sexualmente da cunhada e do sobrinho, considerados vulneráveis por terem deficiência intelectual. Ele se aproveitou da autoridade sobre ambos para praticar atos libidinosos, conforme narra a denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).
Os fatos ocorreram entre 2015 e 2019 em uma comunidade rural da região. Segundo consta nos autos, o réu obteve a tutela das vítimas depois que o irmão morreu de câncer e passou a usá-las para satisfazer a própria lascívia, mesmo sabendo que elas não tinham o discernimento necessário para oferecer resistência.
O caso só veio à tona quando a mulher comentou com um parente sobre um episódio envolvendo o filho. O homem, então, acionou as autoridades competentes e foi nomeado o novo tutor das vítimas.
No decorrer do processo, a mãe e o filho relataram tudo o que já haviam sofrido. O relatório de psicologia concluiu que, apesar de terem restrições cognitivas, eles falaram de maneira organizada, com relatos coerentes e entendimentos apoiados em suas próprias vivências, não apresentando confabulação.
O caso foi julgado cinco anos e meio após o oferecimento da denúncia pela 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Lages. O réu foi condenado por dois estupros de vulneráveis, agravados pela relação de autoridade exercida sobre as vítimas.