Quando o vereador Marcius Machado decidiu deixar o PPS em busca de espaço para candidatar-se a deputado estadual – que naquele momento era a sua meta política -, contava a seu favor com a promessa do presidente estadual do PR, o deputado federal Jorginho Melo, partido que o abrigou, de que lhe garantia que a Justiça Eleitoral acataria seus argumentos para assim proceder sem que perdesse o mandato e, ainda, o aval do presidente local do PPS, Toni Duarte de que nada lhe aconteceria.
Ou estaria a salvo das penalidades por infidelidade partidária. Levou consigo um documento, assinado pelo presidente Toni Duarte de que realmente estava sendo alijado dentro do PPS. Munido dessas duas “garantias”, Marcius foi em frente, na certeza de que se manteria vereador até o final. Além da promessa de Jorginho e a carta de “alforria” do presidente Toni, ainda contava com a morosidade da justiça para permanecer no cargo até o final do mandato.

Mas, desde o início, o trâmite do processo já apontava que não seria fácil, tanto que, graças a uma liminar conseguiu manter-se vereador até aqui e no julgamento do mérito, que aconteceu essa semana, acabou por confirmar o que determina a lei: a mudança de partido enquanto detentor de um mandado provoca a sua perda.
Salvo duas situações:
Salvo se for para ingressar em um partido novo, como foi o caso dos quatro vereadores que foram formar a bancada do PROS na Câmara de Lages, ou provar que estava sofrendo perseguição.
Ele mesmo provocou
A grande ironia é que foi o próprio Marcius que foi buscar o aval da justiça para legitimar a troca de sigla. Há quem garanta que o PPS não ria tomar a iniciativa de requerer a vaga. Se isso aconteceria de fato, não sabemos e não saberemos, uma vez que o fato já se consumou.
Quem influenciou sua decisão?
Marcius só pode cobrar de uma pessoa pelo malfadado resultado: o presidente estadual do PR, que insinuava que sua rede de influência no estado e em Brasília, garantia o êxito da manobra para escapar da infidelidade partidária. Assim engambelou também outros vereadores pelo estado que tiveram ou terão o mesmo destino de Marcius.
O que lhe interessava naquele momento era fazer crescer a representatividade de seu partido, sacrificando um ano e meio do mandato do vereador que obteve a maior votação do pleito em Lages.
Quem assume sua vaga?
Com a perda de mandado de Marcius, Rodrigo Silva assume a vaga e se o secretário do Meio Ambiente, Mushue Hampel permanecer fora da Câmara, o próximo da lista seria o agora procurador, Maurício Batalha. Como se acredita que nenhum dos dois últimos deixará suas funções, será então a suplente Maria Reche, do PMDB que ocupará a vaga.
Quanto ao Marcius, esse afastamento da Câmara pode ser temporário. Já informou que tentará a reeleição no ano que vem.
Marcius isenta deputado da culpa
Marcius Machado não responsabiliza o presidente estadual do PR, Jorginho Melo pela perda do mandato ou sua decisão de trocar de partido. Diz que não lhe deu garantia alguma de que permaneceria com o mandato. Atribui a culpa apenas ao presidente local do PPS, o prefeito interino, Toni Duarte que lhe deu a autorização para sair e depois contestou.