Em função do impasse gerado na renovação do convênio da prefeitura com o hospital São José, de Bocaina do Sul, o prefeito Luiz Carlos Schmuler decidiu convocar a comunidade para uma audiência pública, ontem à tarde, para discutir a questão dos serviços de urgência e emergência.
O impasse surgiu no início da atual administração quando o prefeito Schmuler solicitou mudanças na direção e nos estatutos do hospital. Para repassar recursos públicos ao hospital é preciso que conste em seus estatutos que está credenciado a prestar serviços de urgência e emergência.
E, pela Lei Orgânica, não pode ter na direção alguém que detenha cargo político. Como era o vereador Célio José Assink que estava na presidência foi então realizada uma nova eleição, onde o candidato deveria ser o pároco local, mas esse acabou desistindo na última hora e a ex-prefeita, Marta Góss foi então eleita. Questionada na justiça, a eleição foi anulada e reassumiu a diretoria anterior.
Audiência Pública
Para resolver o impasse, o prefeito Schmuler decidiu agora consultar à comunidade. O hospital São José foi criado há 12 anos pelo padre Theodoro Bauschulte como uma unidade particular e conta com cerca de 30 sócios.
Hoje conta com um único médico e tem vários problemas em sua estrutura. Uma das alternativas levantadas na audiência de ontem foi a de promover mudanças no estatuto e na direção para que a prefeitura retome o convênio.
As alternativas
Uma das exigências seria a abertura dessa sociedade para que mais pessoas possam dela participar.
A segunda, defendida pelo atual secretário da Saúde, o médico Valmir Martins Luciano, é a própria prefeitura assumir esse serviço, ampliando e adequando o posto de saúde que já conta hoje com dois médicos.
Significa dizer que nesse caso, se atenderia ali os casos mais simples e encaminhariam os demais para Lages. Estariam no caminho inverso do que propõe hoje o próprio governo estadual que é de equipar os hospitais locais para reduzir o transporte de pacientes para outros municípios.
O serviço de atendimento à saúde de Lages está congestionado justamente porque nossos hospitais recebem pacientes de vários municípios, mas as prefeituras não querem contribuir, por exemplo, para cobrir o custo de manutenção do serviço de urgência e emergência do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres.