A secretaria da Saúde não vai resolver um dos principais gargalos das despesas da pasta enquanto houver essa dicotomia entre a realização de exames e as consultas com o especialista.
Quando o médico pede um exame, há uma demora de meses para que possa ser realizado. Após a realização, lá se vão vários meses até o paciente conseguir o retorno.
Até lá o paciente já se curou ou a doença já avançou e, não há como se ter uma avaliação precisa das condições de sua saúde pelos exames que tem em mãos.
Segundo dados da saúde, cerca de 20% dos exames feitos pelo SUS não são depois retirados e muitas são as consultas marcadas em que o paciente não comparece.
É muito fácil identificar onde está o gargalo.
Em alguns casos, o sujeito não compareceu a consulta por que: ou já morreu, teve de procurar outra alternativa ou já melhorou. Ou ainda… já mudou-se daqui!
No caso em que se exige uma
interferência cirúrgica, o caso é
ainda pior
O paciente é obrigado a fazer um monte de exames. Eles demoraram, mas acontecem. Depois há uma nova maratona para conseguir marcar a cirurgia.
Quando são marcadas, os exames já não têm validade, será preciso fazer novos.
Ao ser encaminhado para os novos exames, todo o processo se repete. Nessa situação encontram-se centenas de pessoas dos que estão na fila para cirurgias eletivas, por exemplo.
Pense você, no tempo que o sujeito perde! Quando chegar a ser atendido, se não morreu, já estará também com os nervos abalados. Sinceramente, é difícil até mesmo buscar uma solução, mas é necessário que isso seja feito, pois do contrário, os governos continuarão a gastar rios de dinheiro para atender a saúde, sem que chegue a fazê-lo à contento.
Independente dos crescentes investimentos, a melhoria do atendimento à saúde continua sendo a maior reivindicação da população.