Não há mais nenhum respeito
O vereador de ponte Alta, Junior Cesar da Silva ignorou a determinação judicial, foi para praia e, acabou se autodenunciando ao exibir-se no Facebook, postando fotos na sacada do local em que estava hospedado em Itapema, de frente para o mar.
Nesse caso, pela evidência incontestável, foi determinada sua detenção. Olha só a desculpa fornecida pelo seu advogado: “Junior acreditava que, estando o judiciário em recesso, poderia sair em viagem e pedir a autorização para se ausentar da comarca no retorno”.
Para começar, como advogado ele teria obrigação de orientar seu cliente que não é dessa forma que as coisas se processam no judiciário. Faz agora e pede desculpa depois.
Na realidade esse fato vem corroborar com que já motivou sua restrição de liberdade que foi a ação decorrente do uso abusivo das diárias da Câmara. É uma questão de moralidade e mesmo de cadeia quando se abusa do poder lhe concedido pela população.
O fato de que a Câmara dispõe de diárias para cobrir despesas de viagens, não significa que tem sinal livre para toma-las sem critério, se locupletando com elas. Esse é apenas um exemplo do que temos visto todos os dias, não apenas no legislativo, de que não há mais respeito por nada.
Ameaça de agressão
Essa falta de respeito chega até o ponto em que vereadores ameaçam bater em outro em plenário ou quando a presidência da casa tenta impor determinadas situações, passando por cima das normas, de forma ditatorial como ocorreu na reunião da Câmara, em Lages, de terça-feira.
Em situações em que transparece o casuísmo como no caso das diárias que foram cortadas no ano passado e esse ano simplesmente concedidas sem comunicação que a presidisse para atender a ele próprio.
“Estado de direito”
Poderíamos aqui elencar um enorme número de fatos que acontecem todos os dias, seja aqui ou no país, em que nos evidencia a total falta de responsabilidade e respeito ferindo o “estado de direito” (como bem gosta de citar o vereador Marcius), especialmente partindo daquele que deveriam ser seus guardiões. Nenhum cidadão está acima da lei, muito mais aqueles que foram escolhidos para legislar e fiscalizar.
Cada vez as ações são mais audaciosas, ao ponto em que, chegará um dia, que não haverá mais solução, em que cada um tomará o que quer, para fazer o que bem entender sem ter ninguém capaz de conter os abusos. Ou seja: estamos caminhando para o caos.