Coruja conta sobre sua experiência como prefeito

 

O deputado Fernando Coruja conta uma história, ocorrida durante o período em que administrou Lages que é bastante emblemática no que tange ao comportamento das pessoas na relação com o poder.

 

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Em sua gestão como prefeito de Lages, na década de 90 ele adotou o orçamento participativo, visando não apenas permitir a participação da comunidade na definição da aplicação dos recursos disponíveis e obras prioridades, mas também como forma de educar o indivíduo no exercício da cidadania.

Assim que foi aprovada a designação de recursos para as Comissões de Saúde dos bairros aplicarem em prevenção. Um dos presidentes decidiu utilizar o dinheiro na aquisição de tubos para saneamento básico. Chamou então a Secretaria de Obras para a colocação dos tubos. O secretário foi ao prefeito levando a preocupação:  o presidente decidiu colocar todos os tubos em frente da sua moradia, passando pela casa do irmão, da tia, do cunhado… enfim, atendendo toda a família. A ordem de Coruja foi de que atendesse a vontade do líder comunitário.

Feito isso, a comunidade protestou a ponto do presidente ir a prefeitura solicitar para que desenterrarem os tubos. Novamente o secretário foi ao prefeito pedir orientação. De novo Coruja orientou para que atendesse a sua vontade, pois a lição já tinha sido assimilada.

Outro presidente, tomou o dinheiro que deveria utilizar em prevenção e fugiu para o Paraguai. Esse sujeito não pode mais voltar a residir naquela comunidade.

Ele lembra que muito mais do que resolver o problema da saúde, incentivando a prevenção, a ação cumpriu sua função educativa.

O deputado Coruja é mesmo um idealista e aposta no ser humano como sendo bom por essência, mas corrompido pelo sistema. Mas, passados mais de 20 anos desde sua experiência, constatamos que o exercício do poder, ao invés de educar e nos dar cidadãos melhores, só fez aumentar o desmando no serviço público e a corrupção hoje saiu do âmbito do poder, se generalizando na sociedade. Se locupletar com o dinheiro público passou a ser natural e aceito.

 

A história me fez lembrar de um certo secretário que, nomeado para resolver os problemas da cidade, é acusado até pelos seus pares de colocar toda a estrutura da pasta a serviço apenas de seus eleitores e cabos eleitorais. 

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