Carta aberta
Venha tornar público nesse ato que a Uniplac passa por seríssimas dificuldades financeiras, fruto de irresponsáveis decisões antigas da Fundação e também irresponsáveis omissões da Reitoria. No dia de hoje, vários alunos estão fazendo estágio ou tendo aula prática sem professor orientador, porque a Reitoria resolveu descumprir o acordo firmado, inclusive comigo, no mais alto Conselho dessa universidade, em que o Reitor teria seu salário reduzido e em consequências disso, todos os cargos altos da instituição também teriam, mas não seria mexido no ensino. Ao invés disso, a reitoria resolveu, após injustificável demora de qualquer ação, cortar ainda mais o salário dos coordenadores de curso e professores, que mantém nossa universidade ainda com a boa fama que tem. Hoje, é gasto 1,5 milhão por mês com salários de professores e 1,6 milhão com salário dos demais funcionários. Os alunos não vão aceitar mais piora na qualidade de ensino, enquanto temos um reitor que custa 32 (trinta e dois!) mil reais por mês, pago com a minha mensalidade. Diante tantos absurdos, eu, presidente do DCE, em nome da comunidade discente, peço a imediata RENÚNCIA do reitor do seu cargo, para um melhor funcionamento da universidade e para que seus atos não levem novamente a Uniplac para o buraco.
Jair da Costa Teixeira Júnior
A Uniplac é uma universidade comunitária
Considerando que a Carta Aberta é assinada pelo representante dos acadêmicos e aponta fatos relevantes, se espera posicionamento oficial da reitoria a respeito dos fatos nela narrados.
Especialmente no que se refere a remuneração do Sr. Reitor.
O valor citado da remuneração do reitor se equipara ao salário do Presidente da República, dos ministros do STF e senadores (que seriam os maiores do país, no serviço público).
E não podemos esquecer que não se trata de universidade particular, mas comunitária e tem de fazer valer essa condição.
Especialmente porque acompanhamos a situação financeira da instituição e sabemos que não é assim tão confortável, que permita contratações tão caras.
Ato normativo determinou
revisão dos salários
Ato normativo (ATO NORMATIVO nº 005, de 18 de março de 2016) assinado pelo Conselho de Administração comprova a queda no número de ingressos de novos alunos na Uniplac no 1º semestre de 2016, a dificuldade financeira que atravessa o país e determina:
"a obrigação imediata da Reitoria e da Diretoria Executiva da Fundação Uniplac em reexaminar os valores pagos a todos os cargos de livre nomeação tanto na Fundação Uniplac quanto em suas mantidas, propondo o corte de cargos e gratificações pagas, bem como a adequação salarial de professores que estejam exercendo atividades técnicas fora de sala de aula"
Esse Ato Normativo, por sí só, já corrobora a argumentação do presidente do DCE, na Carta Aberta, e seu pedido no que se refere ao vencimento do reitor.
Nota de Esclarecimento
Reitoria da Universidade do Planalto Catarinense
A Uniplac se encontra em uma situação financeira que inspira especial cuidado de gestão, desde o término da intervenção judicial em outubro de 2014, dando sequência ao trabalho realizado até então pelo processo do Poder Judiciário de Santa Catarina. Desde então os responsáveis pela gestão tanto da Fundação Uniplac (mantenedora e responsável pela administração financeira), quanto da Universidade (mantida) vêm trabalhando de forma séria e incansável em prol da melhor manutenção dos serviços educacionais, da redução de inadimplência e da evasão de alunos, fatores que se cresceram em todas as Instituições de Ensino Superior junto com a crise econômica que assolou todo o país, principalmente nestes últimos meses.
A queda de matrículas neste primeiro semestre de 2016 e, com isso, a queda de receita institucional acarretaram na necessidade de redução de custos e despesas. Assim, contratos de serviços com terceiros em longo prazo foram cancelados ou estão sendo renegociados, bem como, as equipes dos setores de trabalho estão sendo reduzidas, dentro da sua possibilidade mínima de atuação e atendimento, sempre prezando pela sequência das atividades e a qualidade necessárias à prestação dos serviços aos estudantes. Vale ressaltar que as aulas e atividades de orientação e atividades práticas seguem seu fluxo normal.
Dentro das últimas ações tomadas para redução dos custos, os cargos comissionados ou de “confiança” foram exonerados e reconduzidos tendo sido extinguidas as gratificações, ou seja, mantiveram-se os salários de origem da função administrativa – incluindo-se neste caso o Reitor. Com relação aos valores de folha de pagamento, os valores veiculados não são verdadeiros. O mapa de custos da Instituição com os valores corretos foi apresentado em reunião do Conselho Superior Universitário, nos dias 16 e 17 de março sendo: R$ 1,567 milhão de custo com professores em sala de aula e R$ 1,289 milhão com custo de professores em atividades docentes fora da sala de aula – gestão, coordenação de curso, supervisão e orientação de estágio, atividades prática de laboratórios – mais as atividades administrativas de funcionários de apoio. Como custo entenda-se a remuneração dos funcionários mais os encargos sociais pagos pela instituição pela manutenção deles. Transformados em percentuais do composto geral da folha de pagamento, estes valores correspondem a 80% de pagamento de professores e 20% a técnicos administrativos.
Estas e outras ações de contenção tomadas fazem parte da rotina de gestão e administração de instituições e empresas de qualquer setor, e igualmente, em períodos de recessão, a Uniplac também deve assumir o compromisso de adequação e busca de soluções, tendo como fim a manutenção de sua atuação e continuidade como Universidade, comprometida com a formação do cidadão e com o desenvolvimento regional do Planalto Catarinense.