Anilton diz que deu sorte
“Na política às vezes se leva sorte”, disse ontem o vereador Anilton Wolff que vai permanecer por mais um ano na presidência da Câmara. Pelo acordo firmado no início da legislatura ele ficaria no primeiro ano, depois renunciando para que fosse eleito Marcius Machado.
Ocorre porém que, nesse tempo o vereador Marcius mudou de partido (saiu do PPS e foi para o PR) e no entendimento de Anilton, como o compromisso era com o partido, o acordo não teria mais valor. A bancada da situação tentou então antecipar o restante do acerto – que previa o segundo ano para o PPS, com o Marcius, o terceiro com o PSC e o quarto com o PMDB -. “Queriam que eu renunciasse para eleger o Vone, mas eu disse que não tinha acordo com o Vone. Se fizessem essa exigência eu não renunciaria, só renunciaria para o Marcius assumir”, confirmou Anilton Freitas.
Por essa razão, observou, ele deu oportunidade para o Marcius, permitindo que fosse buscar o apoio da bancada de oposição. Na sessão de segunda-feira, ciente de que tinha os 10 votos necessários, Marcius foi à tribuna para nominá-los. Foram confirmados os cinco votos da oposição e, com mais o dele e do próprio Anilton, teriam sete, faltando três. Chamou então Adilson Padeiro que minutos antes havia confirmado que estava com ele. No microfone, surpreendeu Marcius ao declarar: “Se o vereador Anilton renunciar “eu” me candidato a presidente”. Marcius tentou ainda buscar os votos no PROS chamando o vereador Appolinário, que se absteve, e Elói Bassin. Esse último preferiu não opinar porque “desconhecia o acordo”. Aliás, Elói conhece bem esse tipo de acordo: a três legislaturas atrás passou por isso e também não renunciou o cargo. “Portanto eu não tenho culpa se o Marcius não conseguiu o apoio necessário. Não fui eu que o traiu. Quem o traiu foram aqueles que se comprometeram com ele. O culpado também é ele, pois brigou com todos os vereadores da situação!”, disse Anilton sintetizando a situação que acabou por lhe beneficiar.