O governador Colombo assinou recentemente o decreto que muda o sistema de gestão escolar em Santa Catarina, tendo como grande objetivo acabar com a indicação política de diretores de escolas da rede estadual. Justifica que o objetivo desse modelo “é modernizar e dar mais autonomia financeira e gerencial às escolas”.
Não pode deixar de reconhecer que no modelo atual “há uma interferência política indevida e a própria escola se sente desvalorizada”.
Apadrinhamento
Concordo plenamente quanto a interferência, pois os diretores são sempre apadrinhados por esse ou aquele político. Aliás, os cargos de diretores entram na partilha de cargos que cada partido leva ao coligarem-se.
Pode até acabar com o loteamento das vagas aos correligionários, mas temo que o mais difícil é acabar com a influência partidária, embora seja essa uma tentativa válida.
Autonomia?
Em sua justificativa o governador fala em conceder maior autonomia financeira e gerencial às escolas. Não conheço o teor do decreto por inteiro, mas me interessaria em conhecer a forma com que concederia maior autonomia financeira e gerencial às escolas, uma vez que não têm orçamento individualizado e gerencialmente se submete ao controle de uma coordenação Regional (Gered), que controla tudo, desde a compra de material de expediente à contratação de professores e administração de conteúdos em sala de aula. O próprio governador reconhece que é difícil se chegar a uma forma ideal.
Processo complicado
Pelo modelo que passa a valer o ano que vem,os interessados precisam apresentar um plano de gestão escolar e a seleção privilegiará a competência técnica e a capacidade para atuar como gestor em uma escola. O projeto será referendado pelos alunos, professores e pais para só então e o gestor ser nomeado, ao assinar um termo de compromisso. A avaliação ocorrerá anualmente. Seu processo é complicado e envolve muitas etapas, de forma a diluir o poder de influência, o que seria essencial para fugir a interferência política, contudo, é preciso experimentá-lo na prática.
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