O município de Painel é o maior produtor de pinhão do Brasil. Os proprietários das terras possuem centenas… talvez milhares de araucárias e, nesta época do ano, se dedicam exclusivamente à colheita da pinha de onde se debulha o pinhão. Só mesmo visitando o interior do município para constatarmos o quando de araucária ainda temos por aqui. As famílias que vivem nestas propriedades conseguem, com a venda do pinhão, fazer o dinheiro que as sustentam pelo resto do ano. É, seguramente, a atividade mais importante do ano para elas.
Estive visitando uma destas propriedades em Casa de Pedra, e contatei o quanto a araucária e o pinhão significam para elas.
Normalmente a colheita resulta em três meses de intenso trabalho. E perigoso. Não existe nenhum adolescente ou homem feito que já tenha subido em um pinheiro para derrubar a pinha. Isso é coisa corriqueira. E fazem isso com uma habilidade incrível. As vezes acontecem acidentes…. mas….
A família Sutil é uma destas famílias que têm uma estreita relação com a lida e tem orgulho disso.
Esta é parte da colheita desta semana e há ainda muita pinha a espera para ser colhida. A máquina para separar as falhas e ensacar o pinhão ajuda no processo.
Eles contam que a safra do pinhão deste ano é 50% menor do que do ano passado quando colheram 300 sacas de 50 quilos. Neste deverão colher cerca de 150 sacas.
Mesmo assim estão satisfeitos porque em termos de dinheiro, levantarão praticamente o mesmo valor. Este ano o quilo do pinhão está sendo vendido pelo produtor entre R$ 7,00 a R$ 8,00 e no ano passado ficou na média de R$ 4,50 o quilo.
Há também outro aspecto a ser considerado por eles. No ano passado, quando iniciou a colheita do pinhão (só é permitido a partir do dia 1º de Abril) ele já estava maduro e muito se perdeu no mato. As pinhas maduras caem no chão e os animais comem. Este ano está mais tardia. Amadurou mais tarde, tanto que há muito pinhão verde sendo vendido por ai. Mas, isso permitiu que as pinhas não se perdessem e haverá 100% de aproveitamento.