O jornal Valor Econômico traz hoje matéria com potencial de ter reflexo direto sobre Lages: “Voos para o interior do país podem ter subsídios”. Segundo a reportagem, o governo está estudando neste momento a possibilidade de subsidiar companhias aéreas dispostas a fazer voos regulares para cidades hoje não atendidas por linhas do gênero. Pelo porte e por sua localização geográfica, Lages certamente tem os pré-requisitos para entrar nesse bolo. O modelo do subsídio ainda não está definido, mas, no momento, a intenção é elevar de 130 para 210 o número de cidades brasileiras atendidas por voos comerciais. Por ora, o anúncio desse subsídio pode está previsto para o dia 5 de setembro.
A despeito de o plano ainda não ser oficial, a pergunta é mais que pertinente: os empresários da cidade estão organizados e em tratativas firmes e diligentes para atrair empresas aéreas para operar em Lages (seja no aeroporto já existente ou no que está em construção)? Já foi apresentado algum perfil de demanda e público potencial, por exemplo, para a Trip, principal companhia aérea regional do país? Ou para a Azul, que se uniu com a Trip? Ou mesmo para a Gol (que voa para Chapecó) e Tam? Diretores dessas empresas já foram trazidos a Lages para conhecer a região? Reuniões de empresários lageanos já foram feitas com representantes das companhias aéreas? Ou isso só tem feito pela prefeitura?
Fala-se da retomada das operações da NHT na cidade, mas sejamos francos: a NHT já operou em Lages e desistiu da empreitada. Motivo mais que óbvio: nem a NHT queria perder dinheiro pousando em Lages, onde quase ninguém usava seus serviços, nem os lageanos estavam interessados nos serviços da NHT, que só ofereceu voos para Florianópolis (o que voltará a ocorrer). Até que o prometido voo da NHT para São Paulo se concretize (caso isso venha mesmo a ocorrer), esse voo para Florianópolis não terá serventia alguma para Lages – assim como já não teve poucos anos atrás.
E a pergunta sobre a movimentação dos empresários é porque esse seria um dos públicos mais interessados pelos voos – não apenas para lazer, mas principalmente para unir suas atividades empresariais com centros econômicos vitais, como São Paulo. A pressão e o interesse da classe empresarial demonstrados às companhias aéreas certamente contam pontos. Não se pode só ficar pedindo que a prefeitura ou o governador façam esse papel. A prefeitura não é onipotente e o governador até pode ser lageano, mas não é Midas. Empresários, mexam-se!
Um abraço,
Patrick Cruz