Temos um eleito, mas não houve um vencedor de fato. Este é o sentimento que esta eleição nos deixa

No meu entendimento foram duas as razões para Carmen Zanotto não ganhar as eleições em Lages. A primeira foi que parte de seus eleitores entende que tendo apenas um deputado federal, não podemos abrir mão desta representação por uma prefeita.

Em segundo, Carmen pecou na amarração. Demorou demais para decidir a composição da coligação. Alguns companheiros de última hora acabaram por vir sozinhos no último minuto, por falta de opções, como foi o caso do PSDB e mesmo o PDT e o MDB dividiu-se entre os três principais candidatos.

Como dizia Luiz Henrique, política se ganha na amarração.

Antônio Ceron foi salvo pelos 56 votos e também credito ai a dois fatores:

O primeiro deles foi que optou por administrar o município e deixar aos cabos eleitorais a tarefa de buscar votos.

Em segundo lugar foi a estratégia de campanha. Partiu para o ataque aberto sustentado em argumentos frágeis. O uso do Fundão acabou por reverter a crítica, pois se não usa o dinheiro do fundão, legítimo embora questionável, quem então está financiando a sua campanha? Os seus secretários?

A história das campanhas nos mostra que os ataques acabam prejudicando os candidatos. Veja o caso de Gean Loureiro, em Florianópolis. Aqui, as críticas ao candidato Lucas Neves só fizeram crescer sua campanha.

Na verdade, considero que foi eleito um prefeito, mas não houve vencedor pois aqueles que não foram votar somam 34 mil eleitores, mais do que a votação de qualquer um dos concorrentes. As abstenções somaram um volume maior do que os votos de qualquer um dos candidatos. Não sabemos quem seria o vencedor se estes 34 mil eleitores tivessem ido às urnas:  poderiam ter eleito a Carmen, o Lucas ou mesmo ratificado Ceron.

As razões pelas quais estes 34 mil eleitores não foram votar são muitas: alguns já nem estão mais entre nós. Outros já estão com idade avançada. Há ainda os que não foram porque não dispunham de transporte (os ônibus coletivos não estavam funcionando), há os doentes e uma grande parte por desestímulos:  não estão nem aí para as eleições.

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