Batista responde ao leitor que comentou sua postagem
Caro Carlos, boa tarde.
Fico agradecido por ter retornado. Agora posso saber de quem e com quem estou falando.
Meu comentário não teve nenhuma intenção de ser ”maldoso”, conforme sua avaliação.
Quem me conhece sabe que, quando comento temas de interesse coletivo, faço-o com toda a veemência de cidadão adotado desta cidade há 45 anos e que sofre com ela todas as agressões irracionais ao seu aspecto histórico, praticada por uns poucos ao longo dos anos, sem se importar com o futuro nem com o coletivo, esses sim, “maldosos” em suas intenções de ganho imediato. (Não me peça exemplos, caro amigo, que cito no mínimo 10 – bem recentes – pra não falar de erros históricos que já não é mais possível corrigir: Onde está a casa do Presidente Nereu Ramos? E a do Coronel Vidal? E o contorno histórico da Praça João Ribeiro (da Catedral) ? – para lembrar de alguns.
Faço-o também para tentar tirar os lageanos do piloto automático e refletirem um pouco sobre o assunto.
Ainda sobre o Coleginho, entendo que nenhuma restauração de patrimônio histórico seja imcompatível com modernidade e tecnologia. Se assim fosse, não teríamos os magníficos museus e monumentos por toda a Europa. Toda tecnologia é bem-vinda para torná-los ainda mais interessantes e acessíveis a todos. Esse parece ser o destino do Coleginho.
Então é preciso dotá-lo de abastecimento de gás, entrada de energia e de comunicação, elevadores…
MAS PRECISA SER EXATAMENTE EM FRENTE À FACHADA PRINCIPAL DO PRÉDIO?
Alguém colocaria uma “casinha” de gás em frente a sua casa, tendo outro pátio para isso?
Por que, na casa que deve ser de todos, tem que ser dessa maneira?
O imóvel não possui uma entrada secundária para esse tipo de serviço?
Um muro para encobrir o atual ‘apêndice’ não seria pior ainda para o visual do prédio em seu conjunto, desde a base?
Não serão restaurados os muros originais, discretos e integrados ao conjunto arquitetônico do prédio?
São perguntas, meu caro amigo, que você não precisa me responder. É para a sociedade que temos que ter respostas, aceitáveis, razoáveis e duradouras, para que daqui mais 100 anos
alguém possa se lembrar com afeto e respeito, de quem restaurou o “coleginho rosa” em 2014.
A propósito, esta discussão, que entendo amistosa e saudável, seria mais proveitosa em volta de uma mesa de bar, regada a Chop bem gelado nestes dias de calor isuportável. Com uma condição. Que esteja presente também a projetista. E por que não? O bar mais próximo fica a 100 metros daqui.
Respeitosamente,
Sebastião Batista
65 anos, casado, aposentado
Músico, artesão, cronista, conferencista
e cidadão atento às transformações do seu tempo