Grupo vai acompanhar implantação da matriz curricular do ensino médio

A Comissão de Educação e Cultura da Assembleia Legislativa vai criar um grupo para acompanhar junto à Secretaria de Estado da Educação (SED) a implantação da nova matriz curricular do ensino médio em Santa Catarina. A decisão foi tomada durante audiência pública realizada pelo colegiado, na noite desta terça-feira (3), para discutir as propostas da SED para o ensino médio nas escolas públicas estaduais.

De acordo com a deputada Luciane Carminatti (PT), presidente da comissão e proponente da audiência, “Queremos dialogar diretamente com a secretaria da Educação sobre isso”, afirmou Luciane. “Temos que construir essa matriz curricular juntos. A secretaria tem que gastar tempo nessa escuta qualificada.”

A audiência pública desta terça foi motivada, segundo a deputada, pela preocupação dos professores com as constantes modificações de carga horária e de componentes curriculares, e como isso impacta na formação continuada dos docentes e no processo de aprendizagem dos estudantes. “Precisamos, também, olhar para a realidade da infraestrutura das escolas, o que temos a disposição para implantar essas matrizes curriculares”, completou a parlamentar.

Na audiência, os participantes destacaram a necessidade da SED ouvir professores, alunos e a comunidade escolar no processo de elaboração da matriz curricular do ensino médio. “Não existe educação de qualidade sem professor qualificado, sem tempo para formação, sem a participação dos alunos e da comunidade. Sem isso, não vamos avançar como gostaríamos”, afirmou Evandro Accadrolli, coordenador estadual do Sinte-SC.

As constantes alterações no currículo do ensino médio, consequência das mudanças ocorridas nesse nível de ensino desde 2016, também foram alvo de críticas dos participantes da audiência. “Uma reforma educacional não pode ser compreendida como abertura para promover bruscas mudanças sem levar em conta os impactos que elas podem causar para os alunos e professores. Quando se fala em reforma, tem que se falar em diálogo com a sociedade, com as pesquisas, as práticas”, disse Willian Simões, coordenador do Observatório do Ensino Médio em Santa Catarina.

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