Acessibilidade é o principal foco ao se projetar a cidade do futuro

 

 

Expert em acessibilidade e Consultor da ABNT (Associação Brasileira de Normais Técnicas) o arquiteto joinvilense, Mário Cezar da Silveira confessou durante palestra, sábado, na Conferência das Cidades, que

“não queria ser cego morando aqui em Lages.”

 

Observou que “a calçada é o primeiro requisito para a acessibilidade” e encontrou aqui uma série de situações complicadoras. Além das calçadas irregulares – diferentes alturas e até com degraus -, há calçadas quebradas, danificadas e até invadidas por veículos no caso dos avanços nas edificações – especialmente em frente às lojas – e ainda: o piso tátil usado para orientação dos deficientes visuais nem sempre está correto. Há caso até em que, se o seguir, dará de cara com um poste. Em outros, a calçada é tão estreita que o muro seria uma referência melhor do que o piso, explica o arquiteto.

 

Mário Cézar já ministrou mais de 600 palestras sobre o tema e lembrou que a maioria das pessoas e até as administrações entendem que acessibilidade se limita a instalação de rampas e banheiros adaptados. Mesmo que essa rampa dê acesso a um muro, como no estádio municipal (essa referência é minha).

 

Cresce número de deficientes físicos

 

Levantamento realizado em sua cidad (Joinville), exibido pelo arquiteto demonstra que o número de pessoas com deficiência hoje soma 21% da população. O trânsito mata, mas também deixa um número cada vez mais crescente de deficientes físicos e as cidades precisam estar preparadas para eles, argumenta Mário.

 

As pessoas estão vivendo mais

 

Outro dado: com, a evolução da medicina, a população está cada vez mais longeva. “Hoje temos no país 30 mil pessoas com mais de 100 anos. Daqui a 10 anos serão mais de um milhão. Sabemos que ao envelhecermos sofremos perdas funcionais e isso também precisa ser considerado aos pensarmos a mobilidade urbana”, destacou ele.

 

As calçadas são prioritárias

 

Segundo o secretário de Planejamento, Jorge Raineski, mais do que nos veículos, temos de pensar nas pessoas. Sendo assim ao invés de pensarmos em asfaltar uma rua, tem de fazer os passeios por onde as pessoas transitam. Em uma rua asfaltada onde não há calçada, as pessoas andam na rua, se expondo ao perigo, explicou. Ele tem toda a razão! 

 

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