Na próxima sessão da Câmara de Vereadores de Ponte Alta, na terça-feira, será instalada a Comissão Processante para decidir sobre a cassação dos seis vereadores envolvidos na “farra das diárias”, onde, de forma fraudulenta desviaram mais de R$ 100 mil dos cofres do legislativo, ainda na legislatura passada.
Com a decisão judicial de afastamento das funções dos seis vereadores envolvidos – Júnior Cesar da Silva (PP), Edison Portela Alves (PP), Claudemir Pereira dos Santos (PMDB), então presidente da Câmara, Horácio Morais (PMDB), Amauri Fracaro (PT) e Daniel Angelo Santos de Souza (PP), os suplentes foram empossados na terça-feira (04) (a Câmara de Ponte Alta só realizada uma sessão por semana).
Quem assumiu a presidência foi a vereadora do PP, Sandra Aparecida Ribeiro dos Santos Gonçalves. Da bancada do PMDB assumiu o primeiro suplente Dário Alves de Lins, no lugar de Horácio Morais, e no lugar de Claudemir Pereira dos Santos entrou o segundo suplente Moacir Lourenço dos Santos.
Um dos indiciados assumiu vaga
Mas ocorre que Moacir é um dos indiciados no processo. No total estão envolvidas 14 pessoas, entre ex e atuais vereadores e suplentes da legislatura passada. Destes, apenas seis estavam exercendo mandato e por isso foram afastados.
Não se entende que foi dado posse a Moacir, tanto que o terceiro suplente, Rudinei Marlock entrou com mandado de segurança reclamando a vaga. Para que os seis vereadores sejam cassados precisará de dois terços dos votos, ou seja, seis vereadores terão de votar pela cassação.
A comunidade teme que acabem por permanecer, uma vez que não haverá votos suficientes para isso. É que Moacir, sendo um dos envolvidos não deve votar a favor.
O marido da atual presidente (Sandra), também é um dos arrolados no processo, o ex-vereador Sebastião do Prado Gonçalves. Considerando que ambos seriam pela manutenção dos cargos, precisariam apenas de mais dois votos para reverter a situação.
Contudo, quero crer que o suplente Rudinei deverá obter liminar favorável, e conseguir o afastamento do suplente Moacir dos Santos. Sem isso colocaria por terra todo o esforço feito na tentativa de moralização da coisa pública.
Ex-presidente diz que não deve nada
O ex-presidente da Câmara de Vereadores de Ponte Alta, Claudemir Pereira dos Santos comprou uma página da revista Fox, de circulação local, para dizer-se inocente:
“assumi como presidente esse ano e não paguei diária para nenhum vereador”, disse ele.
Obviamente, pois o processo se refere a legislatura passada. Admite que fez 21 viagens à Florianópolis e em todas elas pernoitou lá. “Eu usei as diárias que a lei permite e não precisamos apresentar a nota de hotel”, argumentou.
E ainda reclama pelo fato de que “o processo iniciou em período eleitoral (setembro de 2012) e não fomos ouvidos e até facilitamos as investigações” e diz também que não se apresentou quando indiciado “porque não deve nada”.