Ainda o caso do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres

 

 

MANIFESTO AO PAÇO

 

Hoje, dia 10 de dezembro, a dívida da prefeitura com o Hospital Nossa Senhora dos Prazeres estará sendo acrescida da parcela do mês de dezembro da alta e média complexidade em mais R$ 1.300.000,00 (um milhão e trezentos mil reais), sem que aqueles que deveriam ter a responsabilidade de pagar as dívidas se manifestassem como homens públicos que deveriam ser.

Para deixar a situação ainda mais desesperadora, normalmente o Ministério da Saúde repassa os valores de dezembro e janeiro no mês de dezembro para a conta da prefeitura com a intenção que sejam feitos os pagamentos e garantias de manutenção dos serviços no início do ano, e se mesmo assim não houver dinheiro neste mês, não será no início do ano que teremos sanado o problema.

As consequências serão muitas na área da saúde pública. Considerando que o Hospital Nossa Senhora dos Prazeres é a Instituição que resolve os problemas de saúde pública na região, seja pelo número de atendimentos na emergência, ou pelo número de internamentos SUS, ou pelo número de 550 (quinhentos e cinquenta ) cirurgias SUS por mês, ou pelos atendimentos aos 18 municípios da AMURES, ou pelo recebimento e atendimentos a outros 84 (oitenta e quatro) municípios na alta complexidade de ortopedia, neurocirurgia e emergência, ou por possuir a única unidade de atendimentos a dependentes químicos na cidade. Talvez esse tenha sido o erro, resolver o problema do município e região, sem a recíproca de honestidade e respeito ao serviço prestado.

Pois bem Excelentíssimo Senhor Prefeito, Vossa Exceleência será responsabilizado e lembrado por ter deixado uma herança desastrosa e irresponsável a todos aqueles pacientes acima citados, dezenas de competentes enfermeiras, centenas de técnicos e auxiliares de enfermagem que fazem a diferença entre a vida e a morte daqueles pacientes que necessitam estar internados, sacrificando suas vidas familiares com plantões e escalas que simples trabalhadores não conseguiriam cumprir, dezenas de médicos especialistas que se dedicam a ajudar doentes e aliviar o sofrimento de familiares à custa de sacrifícios pessoal e familiar. Isto porque certamente a administração do HNSP terá de se ajustar ao enorme prejuízo acumulado e provavelmente ocorrerão demissões, fechamento de dezenas de leitos oferecidos ao SUS, parada completa das cirurgias eletivas pelo SUS e provavelmente até a emergência poderá ter seus serviços reduzidos. É muito desanimador ver tudo que conseguimos construir em vários anos ser terminado por irresponsabilidade de uma única pessoa. Mais desanimador ainda é saber que acreditei e votei neste homem público.

Sinceramente espero que o espírito de homem público que deve estar investido no prefeito de uma cidade do porte de Lages, com a responsabilidade que possui perante as famílias lageanas, as famílias dos funcionários do HNSP, as famílias dos doentes que para lá se dirigem quando necessitam de auxílio, aos médicos que acreditaram nas assinaturas colocadas nos termos de compromisso para a criação do novo sistema de emergência instituído em 2009 e ratificado em dezembro de 2011 na sede da associação médica, termine com a angústia de toda uma comunidade e coloque em dia os débitos com a instituição para que possamos esquecer este triste episódio e continuar prestando os serviços à comunidade.

Excelentíssimo Senhor Prefeito peço que aja com consciência e dê um tratamento mais respeitoso aos profissionais da saúde que trabalham no Hospital Nossa Senhora dos Prazeres e à Instituição, respeitando contratos e termos de compromisso. Peço que termine seus dias de prefeito sendo o homem público que ainda acredito que sejas e ajudei a eleger. Obrigado.

Dr. Paulo Cesar da Costa Duarte

Diretor Clínico do HNSP

 

Obs: Consta que a prefeitura repassou a parcela de agosto referente ao contrato da emergência no valor de R$ 78.000,00. Porém, a parcela de dezembro de R$ 1.300.000,00 estará sendo acrescida a dívida de R$ 2.700.00,00 dia 10 de dezembro. O que era insustentável ficou pior. Amanhã haverá uma audiência na câmara de vereadores para discutir os débitos.

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