Truticultores querem ajuda do governo para a padronização da produção

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Em reunião em Urubici, no sábado, 22, produtores ligados à Associação Catarinense de Truticultores (Acatruta), trataram de uma questão, a qual, julgam ser a mais importante na cadeia produtiva de truta em SC, ou seja, a padronização do produto, tanto em peso, quanto em qualidade. De acordo com o presidente da entidade, o professor Hélio Antunes de Souza, um dos pioneiros na criação da espécie, no Brasil, a solução poderá vir de fora, com a importação de ovas dos Estados Unidos da América (EUA).

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“A tecnologia americana é a mais avançada do mundo, com risco zero de conter vírus ou bactérias. O Brasil, está bastante atrasado nesse quesito. Falta estímulo dos governos”, salienta.

A importação de ovas dos EUA foi aprovada pelos presentes na reunião. No entanto, antes, será preciso superar um desafio: o Brasil é único país do mundo que não permite a importação de ovas do peixe, e com o agravante de impor barreiras na exportação de pescados industrializados. – “Indústrias de processamento de peixe no País, ou já faliram ou estão quase fechando, devido à normativa do Ministério da Agricultura”, ressalta Hélio.

Para derrubar a portaria que não permite a importação, a Acatruta vai buscar apoio junto à Secretaria da Agricultura e Pesca do Estado. Caso não consiga a liberação, pretende armazenar as ovas para o período de quarentena na Estação da Epagri, localizada em Painel, na Serra Catarinense, e depois, distribuir aos produtores.

A partir da importação, os produtores, além da melhoria genética, e que pode resultar num padrão de peso e de tamanho da truta, o comércio da produção poderá acontecer em outros períodos do ano. Atualmente, ocorre uma única vez. Portanto, a decisão de investir na qualidade genética do peixe e na confecção de rações específicas, dará suporte para ampliar a capacidade da industrialização da empresa instalada em Lages, a Belo Peixes, que, absorve toda a produção gerada entre os associados da Acatruta, e que mantém viva a alternativa de renda através da criação de trutas, nas pequenas propriedades rurais da região.

Com melhor padrão do peixe, se estabeleceria também a chance se resolver o problema da competitividade com a tilápia, por exemplo, que é vendida mais barata, além da própria truta repassada ao mercado de restaurantes sem nenhuma inspeção ou fiscalização, através de produtores anônimos. No caso da ração, o objetivo é encontrar padrões que possam diminuir os custos, sem a perda da qualidade. Na reunião em Urubici, esteve presente um representante da empresa catarinense Nicoluzzi Indústria de Rações, que se mostrou disposto a atender as necessidades dos truticultores, sugerindo a pesquisa de fórmulas diferenciadas na produção das rações, gerando um produto mais equilibrado.

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