A informação de que o atual presidente da Câmara, Luiz Marin (PP) não pretende seguir o exemplo de sua antecessora no cargo, Aidamar Hoffer, devolvendo as sobras dos repasses à prefeitura, nos suscitou a curiosidade de buscar os números de sua gestão. Segundo Marin, o legislativo está enviando a previsão de gastos e só são repassados os recursos necessários para cobri-los. Por isso não sobraria dinheiro, ou não ficariam parados na conta da Câmara.
Medida sensata se realmente for isso que ocorra. Porque sua antecessora só fez a dita economia como medida política, uma vez que, sempre soube que é feita esta previsão.
Tanto que a Câmara jamais recebeu a totalidade a que tem direito que é de 6% da arrecadação da prefeitura: isto é R$ 14.365.000,00 no orçamento deste ano. Pelo portal da Transparência é possível verificar que nos quatro primeiros meses do ano foram repassados, em média R$ 890 mil para a Câmara.
Deste dinheiro saem o pagamento dos vereadores, que em abril totalizou R$ 140.586,00 (vencimento dos vereadores é de R$ 8.700,00) e mais R$ 270 mil para pagar os servidores da casa. Não sei dizer se ai também estão computados os terceirizados.
Em apenas quatro meses se gastou R$ 562.344,00 com os salários dos vereadores e mais R$ 1,2 milhão com o pagamento dos funcionários. Estas despesas totalizaram R$ 1.761.344,00 nos quatro meses enquanto os repasses totalizaram mais do que R$ 3,5 milhões. Neste mesmo ritmo serão repassados ao legislativo até o final do ano mais de R$ 10,6 milhões.
Se, como diz Marin só estão sendo repassados os valores para cobrir os gastos, temos de saber onde vai o restante do dinheiro já que gasta R$ 140 mil com o pagamento dos vereadores e mais R$ 270 mil para os salários dos servidores, somando R$ 410 mil por mês e o repasse tem sido em média de R$ 890 mil? Tem ai mais do que o dobro para gastar em quê? Por isso comprar cinco televisores de 65 polegadas em uma compra que totaliza R$ 32 mil é uma ninharia.