Sobre as obras da avenida Duque de Caxias

 

Por solicitação do Ministério Público, um auditor foi à avenida Duque de Caxias essa semana. Com o projeto em mãos, examinou um por um, todos os itens para constatar se a empresa executou o que estava planejado e contratado. Quiséramos nós que isso fosse feito em todas as obras executadas pelo poder público e de fato fosse cobrada a execução conforme o projeto e na qualidade nele prevista.

 

Qual seria a razão da auditoria?

 

Fala-se que ficou devendo uma ponte, o rebaixamento da pista em determinado trecho, faltou um muro de contenção, faltou o corredor de ônibus e não fizeram a retirada dos postes, entre outras coisas.

 

Mas, a prefeitura não pode alterar projeto?

 

Questiono: se a administração pública não tem autonomia de alterar projeto – que sabemos, continha erros gritantes como a previsão de uma pista mais larga do que comportava o espaço disponível – e negociar valores com a empresa contratada e o banco financiador, creio que nem precisa de gestor, submete a decisão à promotoria e basta.

Foi de conhecimento público as adaptações no projeto para corrigir erros e baratear custos. Amplamente noticiado.

 

Quais foram as alterações?

 

Foram várias, uma delas foi com relação as pistas. Ao invés de três foram deixadas duas. Dos 29 metros de largura ficou com 24 metros, porque  simplesmente os 29 metros não cabiam no espaço da avenida, a menos que fossem derrubando todas as edificações laterais. De cada lado haveria 9 metros de pista, quando na BR 282, por exemplo, a largura é de 7 metros.

Ao invés de três pistas ficou com apenas duas e, assim, pode ser incluído o estacionamento, que não era previsto no projeto original. 

 

As soluções foram discutidas, inclusive com os técnicos do Badesc, que financiou a obra.

 

Sem contar que não estava prevista a implantação da rede de esgoto. Incluida e executada posteriormente.

 

Os postes iriam ficar no meio

da terceira pista

 

No projeto original não estava prevista a mudança dos postes. E, ao mesmo tempo, previa 9 metros de pista de cada lado. Significa dizer que os postes ficariam entre a segunda e terceira pista. Quase no meio.

Poderia haver um erro mais grosseiro?

A prefeitura até tentou colocar o cabeamento subterrâneo, mas não conseguiu porque o governo estadual voltou atrás do que havia prometido durante a Festa do Pinhão. Tanto que os postes continuam lá e para isso foi dada uma nova solução, avançando no espaço do estacionamento.

 

Acho que o alvo do MP deve ser outro

 

Acredito que o foco do Ministério Público é outro. De outro lado, eu mesmo já perguntei se realmente estava concluída a obra, pois não se vê mais nenhuma movimentação da empreiteira no local,

 

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mas há calçadas por fazer, a pavimentação a ser concluída e

 

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o mato já toma conta das laterais e avança até por cima dos pavers dos passeios. 

 

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Aliás, os passeios estão se desmanchando nos locais em que foram concluído. 

Os dois últimos metros da ciclovia, na altura da rua Correia Pinto ainda está no cascalho. 

E pasmem, há um muro atravessado o passeio.

 

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Isso que estamos mostrando apenas alguns dos problemas que lá vimos

 

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Diríamos assim que, olhando a obra como um todo, a avenida ficou linda, e aquelas luminárias na ciclovia lhe emprestaram um belo visual. Mas se olharmos os detalhes: é lamentável!

 

Contudo.…recebo a informação de que não está concluída a revitalização. Deverá receber até uma nova camada asfáltica.

 

É preciso mesmo ver se o resultado justifica seu custo

 

E, aliás, deveria ser uma prática usual. A comunidade tinha de dispor de mecanismos, seja através do Ministério Público ou outra sistemática, para constatar se as obras valem o que se pagou por elas. Pois há valores que não são compatíveis com o tamanho da obra ou no comparativo se mostra disparatado. Por exemplo: O custo da reforma e ampliação do ginásio do Colégio Godofin, na Penha, será de R$ 3,2 milhões. A reforma do Industrial custará R$ 5,6 milhões. Enquanto que a construção de uma creche modelo fica em torno de R$ 1,5 a R$ 1,7 milhão.

Eis aí um levantamento que vale a pena se fazer.

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