Publicado em minha coluna do CL

 

Vendendo o que não entrega

 

Quando uma ação provoca reação até dos aliados questionando seus resultados, entendo que é hora de sentar para reavaliar se vale a pena dar continuidade. Ou se não seria o caso de rever a proposta e vendê-la dentro de sua verdadeira dimensão. Estou me referindo a Força-Tarefa que tem a pretensão de resolver em um dia os problemas que se arrastam, por vezes, há décadas. Não passa de uma ação política-eleitoreira. Prova é que os vereadores das regiões onde elas acontecem acabam sendo cobrados pela comunidade pelas soluções prometidas e até ameaçam executar quando da realização da ação.

 

Primeiro o vereador Adilson Padeiro e, agora João Maria Chagas, vem a público cobrar do “serviço pela metade” executado por onde passou a força-tarefa. Ao fim e ao cabo, o que faz sucesso mesmo são as ações de entretenimento (teatro, cama elástica e demais brinquedos), os serviços de salão de beleza–corte de cabelo, pintura de unhas – e o pedido de documentos que nunca cessam. Pelo volume de carteiras de identidades feitas a cada força-tarefa e durante o ano através de Balcão do Cidadão, concluímos que: ou a população está crescendo em uma proporção muito além do que o IBGE consegue contar, ou as pessoas não têm o menor cuidado de seus documentos e fazem um novo a cada oportunidade.

Nada contra o fato da população receber entretenimento e até incentivo a sua autoestima com o corte de cabelos e outros embelezamentos. O problema está em vender um serviço em que deixa a comunidade iludida de que desta vez farão as obras necessárias e que estão aguardando há anos. 

 

“Só ganha conotação eleitoreira

quando há o envolvimento

dos vereadores”

 

Maria Reche, uma das responsáveis pela realização da Força-Tarefa contestou a nota publicada, falando sobre as reclamações dos vereadores das pendências deixadas nos bairros por onde a ação passa. Diz que a Força-Tarefa só ganha conotação eleitoreira quando “há o envolvimento dos vereadores”. Insiste em dizer que o evento é feito para a comunidade e não para atender aos pleitos dos vereadores. É a comunidade que diz o que ela quer e precisa, diz Maria, informando que através da Força-Tarefa são oferecidos 60 diferentes tipos de serviços e hoje conta com mais de 20 parceiros. E, diz Maria, em todos os lugares onde é realizada, a comunidade só faz elogios à iniciativa. 

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