O ex-prefeito Elizeu Mattos teve uma condenação em uma ação de Improbidade Administrativa que estava tramitando há mais de 9 anos. Esta ação foi impetrada pelo Ministério Público e trata da chamada Operação Águas Limpas que foi executada pelo Gaeco no final de 2014. A condenação ocorreu nesta semana. Ele pode recorrer, o que não vem impedir sua participação como candidato a prefeito, mesmo que na sentença preveja a suspensão dos direitos políticos por 14 anos.
A condenação ainda abrange a perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio no valor de R$ 2.695.136,00 e multa, o que somaria, em prevalecendo a decisão um total de R$ 5.390.272,00.
O ex-prefeito diz que pretende recorrer da sentença e que esta sentença não irá interferir em seu propósito de concorrer a prefeito. “Minha candidatura é uma questão de honra e esse tipo de decisão me dá mais forças para seguir, disse ele.
Elizeu diz que já esperava isso, mas acredita que não vai atrapalhar nada o seu propósito.
A sentença chega a se referir a condenação em “trânsito em julgado”, o que não aconteceu, segundo ele: “se ignorou todos os fatos e até os pareceres do Tribunal de Contas que mostra não ter havido desvios”.
“Eu sou candidato e vou ganhar a eleição e é por isso que esta sentença veio agora nas vésperas do pleito”, diz ele.
Vale lembra que quando ele recorreu ao STF desta mesma ação foi anulada a sentença. E pergunta: “A quem interessa uma sentença às vésperas da eleição?”
O pré-candidato a prefeito pelo MDB observa que é um processo com mais de 30.000 páginas. “Somente minhas alegações somam mais de 200 páginas. Não há nenhuma testemunha no processo, a não ser a delação de dois envolvidos e que não apresentaram documento algum provando os desvios”.
Diz ele que com o recurso, esta ação vai subir no tribunal apenas em setembro e é com isso que seus adversários contam para atrapalhar sua candidatura. “E este é o único objetivo”, sustentou ele.
Elizeu e mais 10 réus são condenados por improbidade administrativa na Serra
Um ex-prefeito da região serrana, além de outros 10 réus, servidores municipais e empresários, foram condenados por improbidade administrativa em fatos que envolveram a contratação de empresa para administrar o fornecimento de água e saneamento no Município. Ao todo, os valores pagos indevidamente aos envolvidos ultrapassam os R$2,6 milhões. A decisão é da Vara da Fazenda da comarca de Lages.
Entre os anos de 2013 e 2014, houve a contratação em caráter emergencial da empresa, com dispensa indevida de licitação, e, ainda, direcionamento à mesma empresa em certame posterior para frustrar a competitividade da licitação. Situações ajustadas anteriormente e executadas mediante o pagamento de propina.
O ex-prefeito praticou atos de improbidade administrativa que caracteriza enriquecimento ilícito, lesão ao erário e violação aos princípios da Administração Pública. O político teria recebido indevidamente quantias que iniciaram em R$ 10mil até o valor fixo de R$ 165mil mensais. Ele foi condenado à perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio no valor de R$ 2.695.136,00 e ao pagamento de multa civil neste mesmo montante.
Os demais envolvidos foram condenados às penalidades conforme os atos praticados por cada um, e inclui perdimento de bens e pagamento de multas civis, que variam entre R$ 10mil e R$ 550mil, suspensão dos direitos políticos e proibição de contratar com o poder público em prazos de 12 e 14 anos e perda do cargo público. Os empresários fizeram acordo de delação premiada.
Na decisão, o magistrado esclarece que, pelos mesmos fatos, os réus já responderam ação penal, com condenação criminal.
Os valores oriundos da condenação na ação de improbidade administrativa, que tem pelo menos 24 mil páginas, devem ser revertidos em benefício do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos e Coletivos. A decisão é passível de recurso.