O vereador João Chagas disse essa semana que na vez passada deixou passar a eleição da Câmara, “apesar da promessa de que o PSC ficaria com um ano na presidência”, mas desta vez não vai recuar: será candidato ao cargo.

“Essa casa precisa de uma mudança grande, mas com união e amizade: se tem cinco na mesa, precisa trabalhar com os cinco”.

Ele hoje integra a mesa como vice-presidente mas, se queixa de que a presidência não divide nada com os demais.

O que o deixou descontente foi dizer que apenas três outros candidatos estão hoje na disputa: Gerson, Marin e Thiago.

“Quero dizer o seguinte: este blog que está colocando eu e a vereadora Aida (Hoffer) de fora do processo, é porque não sabe o que passa dentro desta casa. Está esquecendo que também temos capacidade para disputar”, disse ele.

Estava se referindo a mim. Não se discute que ambos realmente têm capacidade, só que no jogo político os apoiamentos e interesses mudam a cada hora.

Pelo que andei conversando com profissionais experientes nesta questão, vai ser difícil o prefeito Toni Duarte não vetar o projeto de regulamentação do serviço de taxi em Lages. Porque a licitação para a concessão é uma questão sine qua non. Não é negociável! A prefeitura precisa se adequar a legislação existente.

Podem negociar outras questões, como até já foi sugerido, de que os que estão na praça hoje, tenham uma espécie de pontuação por ano trabalhado, na contagem da nota final para licitação. Mas, não receberem a concessão sem concorrer com os demais.

Está ai o caso dos cartorários como exemplo, muitos dos quais estavam há 50 anos na atividade e, mesmo assim tiveram de fazer concurso.

A licitação é para até 300 pontos, sendo que hoje tem 115, mas com a abertura de novos vai para 150. O restante já prevendo a possibilidade de que alguém venha a falecer, desista da atividade ou se amplie os pontos.

Me admira os vereadores não irem atrás dessa informação e não esclarecerem os taxistas quanto a isso. Os taxistas podem até reivindicarem, mas um legislador não pode passar por cima do que está previsto em lei.

O prefeito não deverá sancionar o projeto da forma colocada e ainda corre-se o risco do Ministério Público entrar com uma ação cancelando todos os alvarás. 

Projeto emendado que atualiza a regulamentação do serviço de taxi no município foi aprovado, nesta terça-feira, pela Câmara de Vereadores.

Nela estão contempladas as demandas dos taxistas. Uma delas é a permanência com a concessão dos que já possuem os pontos. A licitação passa a valer a partir da ampliação dos pontos. Hoje são 115, mais devem aumentar para 150. Então serão licitados apenas 35.

Concessão estaria valendo por 30 anos.

Contudo ainda está obscura a questão dos taxistas que detêm mais de um ponto hoje. Segundo o sindicato, “muitos falam, mas não têm prova de que existam mesmo taxistas com até 14 veículos na praça,” disse o presidente Orlando Moreira.

Mas, acho que isso é fácil comprovar: é só pegar os documentos do veículo.

Durante um dos vários eventos alusivos aos 250 anos de Lages, o prefeito Toni Duarte recordou que foi em sua gestão, como presidente da Câmara de Vereadores, que criou o Museu da Imagem e do Som, e conseguiu reunir um pequeno acervo.

Desconhecemos, assim como ele, em que condições de conservação se encontra este material, mas a iniciativa precisa ser retomada e avançar na proposta.

O projeto, chamado "Lages para Sempre", visava a criação deste Museu da Imagem e do Som, e que era tocado por Maurício Neves de Jesus. 

Como todas as coisa, no poder público, as iniciativas sofrem solução de continuidade.

Mesmo assim, o resgate deste projeto pode ser uma tarefa para o próximo presidente da Câmara.

Talvez seja o caso de se transferir para outra instituição, onde seus administradores não sejam tão passageiros. Poderia ser uma tarefa que cabe no tamanho e capacidade do Centro Cultural Vidal Ramos, administrado pelo Sesc.

Trecho importante da fala do ex-senador Dirceu Carneiro quanto ao modelo de administração que ele aplicou em Lages em pleno período da didatura:

"Fizemos aqui o exercício da democracia,  antevendo o processo democrático que iria chegar."

De fato, o objetivo maior de tudo foi ouvir a sociedade e fazê-la participar. Tratou de organizar a população, através de associações de moradores, comunidades rurais, conselhos de pais e tudo mais que ainda, até hoje, existem em Lages.

Foto: Pablo Gomes

Em Florianópolis a prefeitura está tentando fazer agora o que Lages já fez a certa de três anos, tirar a taxa do lixo do carnê do IPTU e jogar junto com a cobrança da água. Aqui, da Semasa.  Lá seria da Casan ou da Celesc.

Lá os contribuintes e alguns vereadores estão protestando, mas aqui a medida se mostrou eficiente.

Na missa solene pelos 250 anos de Lages, nesta terça-feira, o bispo dom Irineu Andrezza fez um desabafo:

"Quem aqui veio no dia 7 de setembro, encontrou o comércio fechado. No dia 15 de novembro, o comércio também estava fechado, mas no dia de Corpus Christi e na Sexta-feira Santa, o comércio ficou aberto. Os feriados cívicos são guardados, mas não os religiosos. Com isso estamos nos encaminhando ao ateísmo. Matando a fé."

Que diria então o bispo se lá atrás quando o município foi obrigado a optar por único feriado municipal, tivesse optado pelo aniversário do município (22/11) ao invés do dia da padroeira, Nossa Senhora dos Prazeres (15/08).

O deputado Fernando Coruja ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa, hoje, para prestar sua homenagem a Lages. Enquanto declarava seu amor por Lages, um telão projetava, na voz de Louise Lucena, a canção do músico e poeta Daniel Lucena que é quase um hino da cidade: Lages no caminho certo. Na opinião de Coruja, Daniel deu a Lages uma das mais belas poesias que uma cidade pode receber. 

Veja aqui a íntegra do discurso:

"Se ele fosse negro e tivesse nascido no início do século em New Orleans, teria inventado o blues e o jazz. Se fosse jamaicano, Bob Marley faria a segunda voz. Carioca, seria ele, e não André Filho, que teria composto “Cidade maravilhosa”. O nosso Adoniran é Daniel Lucena. Mas, nasceu em Lages e não fez sucesso no mundo. É verdade que muitos consideram Lages o centro do universo; eu tenho certeza. Em Santa Catarina, é muito conhecido. Em Lages, é um ídolo, e quem é ídolo no centro do universo, interfere no próprio Cosmos. Que o mal e a tristeza grassam pelo mundo é evidente. Mesmo que Santo Agostinho entenda que Deus, que criou tudo, não criou as desgraças, alguém o fez. As canções de Daniel, se voassem pelo universo, tornariam o mundo melhor. A sua música, para a aniversariante Lages, é uma das mais belas poesias que uma cidade pode receber. Daniel e todos nós queremos sempre Lages por perto e no caminho certo. Os filhos de Lages que pedem que ela sempre venha abraçá-los, hoje correm em sua direção para cumprimentá-la. Eu digo para Lages, o que já disse em outro lugar: “Sou um pouco mais jovem, mas profundamente ligado a você. Sobre a tua influência foram criadas quase todas as minhas memórias. Lembro dos teus cheiros e das tuas imagens perpassando a minha infância. Jovem, vi outras maravilhas tuas. Conheci outros lugares e contatei outras pessoas. Estudei, trabalhei e fui tentado, mas voltei. Nunca houve, nem haverá ninguém igual a você. É entre os teus que se encontram os meus maiores e melhores amigos. No teu solo apoiei os alicerces da minha morada e já passei a maior parte da minha vida adulta. Mulher e filhos, todos te pertencem. Todos são teus. De ti não me separo jamais. E na derradeira hora, que eu mereça e veja o sol lageano entardecer. Minha cabeça estará virada para teus campos. Eu e todos passarão. Você ficará. Nos teus campos, meus átomos servirão para produzir outras memórias. E você continuará vivendo. E, hoje, já se indo mais de sessenta anos de convivência, vou te contar um segredo que escondi estes anos todos: eu te amo muito”.